Prazo para atualização dos convênios de ICMS do setor solar pode ser adiado para 1º de agosto
Confaz solicitou mudança de data para Câmara do Comércio Exterior; pedido visa proteger equipamentos e sistemas fotovoltaicos de cobrança tributária indevida


O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pediu à Câmara do Comércio Exterior (Camex) o adiamento da data de efeito das mudanças na nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) de equipamentos e sistemas fotovoltaicos de 1º de abril para 1º de agosto de 2022. O ofício foi encaminhado a pedido da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e visa estender o tempo hábil para promover a atualização dos convênios de ICMS no âmbito do setor fotovoltaico.
Leia mais: Convênios de ICMS não devem ser atualizados antes de 1º de abril
Em vídeo divulgado pela Absolar, o presidente executivo da entidade, Rodrigo Sauaia, afirmou que o pedido feito pelo Confaz reconhece a incerteza em conseguir aprovar a atualização até a data limite atual. “A extensão dessa data de efeito para 1º de agosto dará mais tempo hábil para avançarmos com o Confaz na atualização dos convênios ICMS do setor antes que haja risco tributário indevido.”
O dirigente ainda detalhou que a Absolar está articulando nova reunião com o Ministério da Economia sobre o tema. “Em paralelo, nossa força-tarefa continua trabalhando em conjunto com nossos associados em mandados de segurança para proteger o setor dos riscos de cobrança de ICMS sobre os equipamentos e sistemas fotovoltaicos, caso a data de efeito das mudanças não seja alterada.”
Entenda o caso
Modificações no Sistema Harmonizado 2022 (SH-2022), realizadas pela Organização Mundial das Alfândegas (OMA), trouxeram mudanças na NCM de equipamentos e sistemas fotovoltaicos. Por isso, os convênios de ICMS precisariam ser atualizados adequadamente até o final de março.
Embora a Absolar avalie que exista entendimento por parte do Confaz de que não deve haver qualquer aumento de carga tributária para o setor, o grupo de trabalho de benefícios fiscais (GT 26) do órgão não conseguiu avançar na discussão em razão de uma greve de servidores da Receita Federal. Dessa forma, dificilmente a atualização será concluída até 1º de abril.
Diante desse cenário, a entidade trabalha em uma frente jurídica de defesa do setor em relação a riscos tributários, caso o prazo não seja adiado e a situação não seja regularizada até a data limite.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
Artigos que podem te interessar

A Muralha Regulatória que Protege o Sol: Como a ABNT e o CONFAZ Blindam o Setor Fotovoltaico contra o Casualismo Fiscal
O Brasil vive um paradoxo solar. Enquanto o país celebra recordes de instalação de energia fotovoltaica, impulsionado por uma matriz energética que se orgulha de sua crescente sustentabilidade, uma sombra de instabilidade jurídica
08/12/20253 min de leitura

PLP 182/2025: A tempestade tributária que pode afogar a energia solar brasileira
O governo federal está revivendo uma proposta que há 20 anos causou uma das maiores revoltas do setor produtivo brasileiro. O PLP 182/2025 traz de volta o espírito da famigerada MP 232 de 2004, conhecida como "tsunami tributário".
28/11/202510 min de leitura

A Lei 15.269 e o gosto amargo da insegurança jurídica
A sanção da Lei nº 15.269/2025, originada da Medida Provisória 1.304, deveria ser um momento de celebração para o setor elétrico brasileiro. E, em muitos aspectos, ela representa um avanço inegável.
26/11/20254 min de leitura
Reforma do setor elétrico é sancionada e convertida na Lei 15.269/2025
Texto final da MP 1.304 incluiu abertura do mercado livre e regulamentação do armazenamento de energia; ressarcimento por cortes de geração foi vetado
25/11/20256 min de leitura
Acordo final da COP30 omite menção a combustíveis fósseis
Conferência teve como principal resultado compromisso de mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano para ações climáticas
24/11/20252 min de leitura

Segurança jurídica na geração distribuída: a análise da motivação no desmembramento de usinas
Decisões subjetivas das distribuidoras sobre divisão de usinas criam insegurança jurídica e prejudicam investimentos em energia.
18/11/20257 min de leitura
Vetos à MP 1.304 podem comprometer investimentos em renováveis no Brasil
Absolar alerta que retirar a possibilidade de compensação às usinas afetadas por cortes de geração reduzirá atratividade de grandes projetos no país
17/11/20253 min de leitura
MP 1.304: entenda como será a abertura do mercado livre de energia
Aprovada pelo Congresso, reforma do setor elétrico permitirá adesão de todos os consumidores do país ao Ambiente de Contratação Livre (ACL)
12/11/20252 min de leitura

