Ministro de Minas e Energia diz que aprovação da MP 998 resultará em alívios tarifários e modernização do setor
Segundo Albuquerque, aprovação da matéria é resultado de amplo diálogo e trabalho conjunto entre o governo federal, agentes do setor e o Congresso Nacional


A modernização de regras do setor elétrico tem potencial de ajudar a retomada do crescimento econômico do Brasil, na avaliação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O ministro comemorou a aprovação no Senado, na semana passada (4/2), da Medida Provisória 998, que altera regras do setor elétrico. Segundo ele, a medida trará “alívios tarifários importantes que contribuirão para a retomada do crescimento econômico”.
“A medida também traz significativos avanços na pauta de modernização do setor elétrico, permitindo a redução de subsídios, a ampliação do mercado livre de energia e trazendo maior segurança energética”, disse o ministro, em suas redes sociais.
Em relação às tarifas, os consumidores que serão mais beneficiados são os atendidos por distribuidoras de energia do Norte e Nordeste que pertenciam antes à Eletrobras e foram privatizadas em 2018.
A MP estabelece a diminuição das tarifas para os consumidores até 31 de dezembro de 2025 a partir da destinação de recursos à Conta de Desenvolvimento Energético. Essa conta funciona como uma espécie de um fundo que custeia políticas públicas e programas de subsídio, como o Luz para Todos e o desconto na tarifa de energia usada para irrigação.
A MP foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro do ano passado com o objetivo central de reduzir tarifas de energia, tendo sido batizada como MP do Consumidor.
Desde então, Bento trabalhou pela aprovação da medida no Congresso Nacional. Em sua mensagem para celebrar o que chamou de “grande notícia para os consumidores de energia elétrica”, o ministro destacou que a aprovação da matéria é “resultado de um amplo diálogo e de um trabalho realizado em conjunto entre o governo federal, agentes do setor e o Congresso Nacional”.
Segundo o MME, a MP estabelece uma alocação de custos mais eficiente entre os consumidores, “ao permitir a realização de leilões voltados a robustecer a segurança energética do País, cujo custeio se dará de forma equilibrada entre os consumidores, o que não ocorre hoje”.
O ministério destacou ainda que outro avanço na pauta de modernização e que traz benefícios aos consumidores é a redução dos subsídios para as fontes incentivadas, que hoje custam mais de R$ 4 bilhões aos consumidores e crescem cerca de R$ 500 milhões por ano.
“A transição dos incentivos para um modelo de valoração dos atributos ambientais ocorrerá com previsibilidade, segurança jurídica e respeito aos contratos”, destacou a pasta, em nota.
A MP traz ainda diretrizes para a estruturação financeira da usina de Angra 3. Fica estabelecido que o contrato vai precisar trazer o preço da energia elétrica e os critérios de reajuste, como variação da inflação e preço do combustível nuclear. Esses índices terão que ser validados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Construída desde 1984, Angra 3 tem 58,4% dos trabalhos concluídos.
Na avaliação do MME, a estruturação financeira de Angra 3, com previsibilidade e transparência, vai fortalecer o setor nuclear do País.
A MP do consumidor prevê que a outorga terá prazo de 50 anos, podendo ser estendida por mais 20 anos, e deve garantir o suprimento de energia por pelo menos 40 anos.
A MP agora aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro, que não deve fazer vetos à medida, já que ela sempre foi originalmente criada pelo Executivo, que batalhou por sua aprovação.

Thiago Nassa
Jornalista com mais de 25 de experiência em comunicação corporativa para o setor elétrico e demais segmentos econômicos. Possui trabalhos desenvolvidos em empresas e entidades como ABSOLAR, Abraceel, Portal Solar, Solar Group, Abrager, Abetre, Win Energia, Alstom, Asea Brown Boveri (ABB), Grupo Accor, Grupo Solví, Editora Segmento, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Nove de Julho (Uninove) e Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Foi professor de comunicação corporativa e assessoria de imprensa pela FMU e UnG e autor do livros "Energia Livre" e "Reconhecimento que Gera Valor". É ganhador de dois prêmios da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) como responsável por publicações organizacionais.
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