Brasil firma compromisso de reduzir emissões em 53% até 2030

Anúncio foi feito durante a Cúpula da Ambição Climática, realizada em Nova Iorque na última quarta-feira (22/09)

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O Brasil atualizou a meta de reduzir emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030. A anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), Marina Silva, na Cúpula da Ambição Climática, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O compromisso representa um retorno a meta firmada pelo país no Acordo de Paris em 2015. “Vamos retomar o nível de ambição que apresentamos originalmente na COP21 e que tinha sido alterado no governo anterior. Elevaremos os compromissos brasileiros de redução de emissão de 37% para 48% até 2025; e de 50% para 53% até 2030”, anunciou Marina Silva.

Leia mais: Brasil registra maior queda de emissões no setor elétrico do mundo em 2022

A decisão de ampliar a meta brasileira foi tomada pelo Comitê Interministerial de Mudança do Clima (CIM), composto por 18 ministérios, no último dia 14/09. Uma resolução do grupo determinou que o Ministério de Relações Exteriores comunicasse à ONU a alteração.

Conforme o MMA, quase metade das emissões brasileiras vem da destruição de vegetação nativa. A ministra destacou que a proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da floresta estão entre as prioridades do governo, mencionando o compromisso de zerar o desmatamento até 2030.

Aquecimento global

A Cúpula da Ambição Climática foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que criticou as “décadas de atraso” do mundo no abandono dos combustíveis fósseis. A humanidade, afirmou, “abriu os portões para o inferno”, frisando que o mundo está na rota para um aumento de 2,8°C na temperatura global até 2100.

Leia mais: G20 gastou US$ 1,4 trilhão com incentivos a combustíveis fósseis em 2022

“Devemos compensar o tempo perdido com atrasos, lutas de braço e ganância descarada dos interesses entrincheirados que lucram bilhões com combustíveis fósseis”, afirmou o dirigente. Ele fez um apelo para que as nações desenvolvidas façam um “esforço extra” para reduzirem suas emissões.

“O futuro não está determinado: é para líderes como vocês escreverem. Ainda podemos limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C, ainda podemos construir um mundo de trabalhos verdes e energia limpa acessível para todos.”

Além do Brasil, representantes de outros 33 países e sete organizações não governamentais participaram da cúpula.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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