Brasil busca atrair investimento em produção de células solares

Governo federal tem tratativas com players internacionais para instalar fábricas no país, diz secretário do Ministério do Meio Ambiente

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O governo federal está atuando para atrair investimentos na produção de células solares no território nacional, afirmou o secretário nacional de meio ambiente urbano e qualidade ambiental, Adalberto Maluf. A declaração foi feita durante a cerimonia de abertura da Intersolar South America 2023, na última terça-feira (29/08).

Conforme o secretário, o crescimento mundial do setor de energia solar tem promovido a busca por diversificação de fontes de suprimentos, reduzindo a dependência em relação à China. Nesse cenário, o Brasil se posiciona como um possível polo industrial, em razão de seu potencial como produtor de silício, matéria-prima das células fotovoltaicas.

Leia mais: Diversificar produção de módulos solares é essencial para garantir transição energética

“O Brasil tem uma das maiores reservas de silício do mundo e é um grande exportador de silício em grau metalúrgico. Seria muito fácil transformá-lo em silício grau solar. Estamos em conversas com grandes players internacionais e temos boas negociações para trazer fabricantes de células fotovoltaicas ao Brasil”, disse Maluf.

Ele detalhou que foi criado um grupo de trabalho específico sobre cadeia produtiva de energia solar dentro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). “Todo o adensamento da cadeia produtiva associada às fontes renováveis, ao hidrogênio verde e à eletromobilidade é considerado prioritários pelo governo.”

“Acreditamos ser possível atrair fabricantes de células solares para o Brasil, algo como 1 GW de produção é bastante plausível, já que o mercado global não para de crescer”, acrescentou Maluf.

Ex-tarifários

No mesmo evento, o secretário comentou a revogação de ex-tarifários de equipamentos de energia solar. “O antigo governo criou 950 ex-tarifários e a grande maioria deles era referente a módulos fotovoltaicos de qualidade pior aos produzidos aqui. Por isso o Brasil virou um grande importador de painéis solares de classe B.”

Leia mais: Absolar: revogação de ex-tarifários terá pouco impacto para setor de energia solar

“Essa revogação deve resultar na redução da quantidade de ex-tarifários de produtos de baixa eficiência. Mas as isenções de imposto de importação vão continuar existindo para produtos de maior eficiência, pois o governo quer estimular a fonte solar e não faria sentido revogar todos os ex-tarifários”, afirmou Maluf. Ele ainda pontuou que o aumento do imposto de importação para placas solares, que caiu de 12% para 6% nos últimos anos, não está em discussão.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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