Energia solar como propulsora para reduzir desigualdades sociais

A criação de uma sociedade economicamente sustentável está diretamente interligada às matrizes energéticas bem estruturadas

ENERGIA SOLAR COMO PROPULSORA PARA REDUZIR DESIGUALDADES SOCIAIS
Foto: Banco de imagem

O Brasil é o 14.º país com maior capacidade de geração solar instalada, segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Usinas, instalações residenciais e fazendas solares — zonas rurais com diversos painéis — fazem com que esse número tenda a crescer.

Procedimentos como estes são mais acessíveis do que outros estilos de captação energética, visto que os módulos podem proporcionar uma economia de até 95% no valor total da conta de luz. Pensando na acessibilidade e no baixo custo, como a evolução dos sistemas solares pode contribuir para a redução da pobreza mundial e a garantia de acesso às fontes renováveis

Desde junho deste ano, na Amazônia, em uma iniciativa inédita, a comunidade ribeirinha de Santa Helena do Inglês foi beneficiada com um sistema de captação solar, que beneficiou 32 famílias — cerca de 100 pessoas. Essa ação faz parte do programa “Sempre Luz”, cujo objetivo é levar energia limpa a coletivos indígenas e ribeirinhos, proporcionando mais dignidade e reduzindo às desigualdades sociais da região.

Enquanto isso, no continente africano, a Organização Não Governamental (ONG) Friends of The Earth (FoE) busca fundos para instalar 300 gigawatts (GW) de fontes renováveis, até 2030, e mais 2 mil GW, até 2050 — em especial com sistemas fotovoltaicos autônomos, microgrids, instalações conectadas e concentradas com armazenamento — criando uma rede flexível e equilibrada — o que acarretaria uma mudança estrutural na geração e distribuição elétrica. Em outras palavras, a transição energética.

Vale lembrar que o relatório A just recovery renewable energy plan for Africa explica que o investimento em bases elétricas sustentáveis poderiam criar mais de 7 milhões de empregos, até 2050.

Se pensarmos que uma das metas da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Agência Internacional de Energia (IEA) é garantir o acesso universal às matrizes elétricas verdes, visando a evolução social e a preservação ambiental, observamos a importância de focar no desenvolvimento de fontes advindas de matrizes limpas e que sejam de baixo custo, como é caso da fotovoltaica. 

Um artigo publicado pela Universidade Federal do Ceará explica que o Brasil é ­um país com extremo potencial de geração e distribuição de energia renovável, em especial solar, trazendo benefícios como o atendimento à população de baixa renda e cidadãos que vivem em zonas rurais, além da redução de custos de manutenção.

Assim, ao pensarmos nas diferentes classes e realidades sociais que encontramos, não apenas em solo nacional, mas global, é possível ver as vantagens que este sistema traz na luta pela redução da pobreza.

Existem diversos projetos e ações que buscam potencializar o setor fotovoltaico. Um caso bem interessante foi criado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se do fogão solar para comunidades paulistas de baixa renda. O propósito é trocar os fornos à lenha ou carvão — que podem provocar sérios danos à saúde, devido à fumaça — melhorando a qualidade do ar respirado nas residências, sem haver qualquer dano ao meio ambiente. Outro projeto semelhante ocorre nos estados do Piauí e Rio Grande do Norte, onde foram criados incentivos para viabilizar que as pessoas tenham acesso a esse tipo de produto, visando reduzir os custos com o gás de cozinha.

Considerando que a criação de uma sociedade economicamente sustentável está diretamente interligada às matrizes energéticas bem estruturadas, é inegável o impacto que os sistemas solares têm sobre esse progresso. É claro que, para a concretização do modelo, diversas medidas precisam ser tomadas, em especial, o fomento por parte dos Governos e empresas, dando exemplos e oportunidade para os consumidores, e a busca da população geral por fontes de energia alternativa.

Em um futuro não tão distante, espera-se que as usinas e fazendas solares sejam ampliadas, assim como a instalação residencial de painéis fotovoltaicos. Dessa forma, podemos pensar em uma sociedade mais digna e menos desigual. E mais, com uma geração elétrica sustentável.

** Marisa Zampolli é CEO da MM Soluções Integradas, engenheira elétrica e especialista em Gestão de Ativos.

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Marisa Zampolli

Marisa Zampolli é engenheira elétrica, CEO da MM Soluções Integradas e integrante da ABNT. É especialista em Gestão de Projetos, Gestão de Ativos, Energia Sustentável, Energia Renovável e Planejamento do Sistema Elétrico, além de consultora da International Copper Association na América Latina (ICA). Já foi coordenadora do programa de eletromobilidade do Procobre e consultora no programa de aplicação de sistemas de aquecimento solar para comunidades de baixa renda.

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