Fontes renováveis superam geração por combustíveis fósseis pela primeira vez no Chile
País tem um território favorável para a instalação de projetos de energia fotovoltaica, com uma alta incidência solar


Pela primeira vez a geração renovável superou a fóssil no Chile. De acordo com informe das geradoras do país, a capacidade do sistema elétrico nacional chegou a 25.997 MW durante o mês de novembro, com as fontes limpas representando 50,3% desta oferta. Foram 13.081 MW provenientes de renováveis contra 12.915 MW originários de fontes fósseis.
Entre as renováveis, as hidrelétricas somaram 6.793 MW, a solar fotovoltaica 3.266 MW e a eólica 2.527 MW. A soma da fonte solar com a eólica supera a potência instalada das usinas térmicas a carvão, as mais representativas entre as fósseis e que fornecem quase 40% da energia que se consome no Chile.
O informe também mostra que no mês de novembro foram contabilizados 115 projetos de energia elétrica em construção, que somam US$ 13,463 milhões de dólares em investimentos e 7.386 MW de potência. Dessa capacidade, 92,5% corresponde a empreendimentos de energia renovável.
São 3.605 MW de usinas solares fotovoltaicas e 2.104 MW de parques eólicos. Dessa forma, a potência dessas fontes será dobrada. A expectativa é que todos esses projetos iniciem as operações até abril de 2022.
Também estão sendo desenvolvidas novas centrais hidrelétricas (924 MW), usinas de biomassa (166 MW) e um projeto geotérmico de 33 MW. As fontes térmicas respondem por 7,5% dos empreendimentos em construção, com uma capacidade de 553 MW.
O Chile tem um território favorável para a instalação de projetos de energia solar fotovoltaica, com uma alta incidência solar e o deserto do Atacama ostentando quase 365 dias por ano de céu aberto e baixa umidade. O país tem atraído forte interesse de investidores do setor.
Em busca de metas de diversificação e descarbonização da matriz, o país começou a diminuir a participação de hidrelétricas e térmicas no início da década. Em 2008, o governo implementou uma política para que companhias de energia tivessem pelo menos 5% de sua geração provenientes de fontes renováveis não convencionais até 2010. A meta de geração limpa representando 20% da matriz do país até 2025 já foi alcançada. O atual objetivo do país é limpar a matriz em 100% até 2050.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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