WEG indica perspectiva positiva para a geração solar centralizada em 2023
Companhia acredita no avanço da energia solar em telhados e no mercado livre, enquanto projetos de autoconsumo remoto tendem a diminuir


A WEG vê perspectiva positiva para o mercado brasileiro de geração solar centralizada em 2023. Nos últimos anos, o segmento, composto por usinas fotovoltaicas de grande porte, teve crescimento inferior na comparação com a geração solar distribuída (GD), mas cenário econômico e regulatório alteraram essa dinâmica.
No primeiro trimestre, a companhia observou redução na demanda por GD solar, modalidade referente a sistemas fotovoltaicos de menor porte, impactando nas receitas do período. Nesta quarta-feira (26/04), a empresa divulgou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, alta de 38,4% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
Conforme o diretor de finanças e relações com investidores da WEG, André Salgueiro, a redução de receita do negócio de geração solar distribuída foi influenciada principalmente pela Lei 14.300, que promoveu mudanças no sistema de compensação de créditos em janeiro deste ano.
“O negócio de GD solar apresentou queda de receita no primeiro trimestre, tanto na comparação sequencial, quanto na anual, sendo a queda maior em relação ao último trimestre de 2022. Além da questão regulatória, tivemos outras pontos, como o aumento da taxa de juros, que impactou muito o crédito para o segmento” disse o executivo, durante a teleconferência para investidores, realizada nesta quinta-feira (27/04).
A avaliação é que, possivelmente, houve uma antecipação de investimentos em sistemas fotovoltaicos no final do ano passado. “Do ponto de vista geral, o negócio de energia solar deve ter uma acomodação nesse ano. Mas olhando no médio e longo prazo, tem tudo para continuar crescendo, especialmente na GD solar em telhados e na geração centralizada.”
Embora as alterações promovidas pela Lei 14.300 não tenham trazido grandes impactos no retorno do investimento para a maioria dos projetos, houve uma maior penalização para sistemas acima de 500 kW na modalidade de autoconsumo remoto. Na visão de Salgueiro, os investimentos nessas usinas tendem a migrar para a geração centralizada.
“Esse tipo de projeto ainda será desenvolvido ao longo do ano, pois muitos ainda conseguiram se enquadrar nas regras antigas. Depois, eles tendem a desaparecer e parte deles deve migrar para a geração centralizada”, detalhou o diretor.
Mercado livre de energia
Em 2020, a geração solar distribuída superou a geração solar centralizada em termos de capacidade instalada e, desde então, tem avançado mais rapidamente no Brasil. Um dos motivos foi a paralisação dos leilões de energia nova promovidos pelo governo federal durante a pandemia de Covid-19. Mesmo com a retomada dos certames, a baixa demanda das distribuidoras de energia impediu grandes investimentos.
“Nos últimos anos, a GD tinha um desempenho muito mais forte que a geração centralizada. Em 2023, a dinâmica deve ser diferente. Vemos uma performance de geração solar centralizada muito melhor nesse ano do que em 2022, principalmente no segundo semestre, quando há uma maior concentração de entregas de projetos”, indicou Salgueiro.
Além dos impactos econômicos e regulatórios que travaram o mercado de GD no primeiro trimestre, o cenário também foi alterado pelo avanço do ambiente de contratação livre (ACL), mais conhecido como mercado livre de energia.
Esse ambiente permite que grandes consumidores, como uma indústria, por exemplo, negociem o fornecimento de eletricidade diretamente com geradores e comercializadores de energia. Em razão da competitividade econômica e de metas de sustentabilidade, esses contratos tendem a favorecer projetos de energia renovável.
Conforme o Ministério de Minas e Energia (MME), deverão ser adicionados 10,3 GW em geração centralizada de energia em 2023, a maior expansão já registrada no Brasil. Usinas solares e eólicas responderão por 92% desta ampliação. Dessas novas usinas renováveis, 72% terão produção de energia destinada principalmente ao mercado livre de energia.
No final do ano passado, o MME publicou uma portaria que permite a migração para o mercado de livre de energia para todos os consumidores em alta tensão a partir de 1º de janeiro de 2024.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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