Painéis mais baratos e energia cara devem aquecer demanda do setor solar

Distribuidoras de equipamentos fotovoltaicos avaliam que conjuntura favorece melhora do mercado no quarto trimestre

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O cenário de equipamentos fotovoltaicos mais baratos e inflação nas tarifas de energia elétrica deve provocar aumento da demanda por energia solar no Brasil nos próximos meses, avaliam distribuidoras do setor. Mercado enfrenta ano atípico, impactado por mudanças regulatórias e restrição de crédito para financiamento.

Em entrevista ao Portal Solar, o CEO da Helte, Junior Helte, declarou acreditar em um aquecimento na procura no quarto trimestre. “A queda dos preços de equipamentos, a redução da Selic e o aumento do custo de energia são pontos importantes para que o mercado volte a ter uma demanda interessante. Acreditamos que teremos um avanço no último trimestre.”

Conforme o executivo, os preços dos kits fotovoltaicos tiveram redução de mais 30% no país ao longo de 2023. Ao mesmo tempo, a tarifa de energia elétrica residencial acumula alta de 7,35% nos oito primeiros meses do ano, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo IBGE na última terça-feira (12/09).

“As concessionárias de distribuição de energia estão reajustando as tarifas e isso vai impactar bastante o mercado”, assinalou Helte. O cenário de inflação ocorre mesmo diante das condições favoráveis nos reservatórios das hidrelétricas do país e na vigência da bandeira verde, que não traz valor adicional na tarifa de energia elétrica, desde abril de 2022.

Gestão de estoques

A redução dos preços de equipamentos no mercado internacional, especialmente de painéis solares, é impulsionada pelo aumento da oferta de silício policristalino, principal matéria prima das células fotovoltaicas. No Brasil, a situação foi agravada pela alta dos estoques e a redução da demanda.

Helte detalhou que a empresa foi capaz de prever uma menor procura em 2023 e adotar uma estratégia mais adequada. “Em outubro nós projetamos uma queda de 50% na demanda. Com base nisso, iniciamos o ano com o estoque mais reduzido. Dessa forma, conseguimos renovar nossos produtos aproveitando os preços mais baixos.”

A situação foi diferente para muitas outras distribuidoras. No final do ano passado, a perspectiva de mudanças no sistema de compensação de créditos provocou uma corrida por instalações, gerando temor de desabastecimento. Diante disso, muitas empresas aumentaram os estoques e se depararam com o enfraquecimento da demanda nos primeiros meses de 2023.

O CEO da WDC Networks, Vanderlei Rigatieri, apontou que essa conjuntura tem beneficiado o desenvolvido de projetos de minigeração distribuída, composto por usinas de solo com potência instalada entre 75 kW e 5 MW.

Leia mais: Mini GD deve impulsionar mercado brasileiro de energia solar no 2º semestre

“O preço dos equipamentos caiu mais de 30%, reduzindo o capex dos projetos, mesmo com os juros mais altos. Muitos desenvolvedores voltaram para a prancheta e começaram a reavaliar a viabilidade das usinas”, contou o executivo.

Nesse caso, os estoques altos permitiram um pronto atendimento dos projetos, especialmente aqueles que estão próximos do prazo final para garantir regras de compensação mais vantajosas. “Esse pessoal tem pouco tempo para implementar o projeto, por causa do parecer de acesso. Normalmente, ninguém tem equipamento para atender de imediato, é necessário importar.”

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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