Veículos elétricos podem representar 70% das vendas globais em 2040

Os veículos elétricos poderão representar 70% das vendas globais em 2040, aponta estudo da BloombergNEF (BNEF). O cenário leva em conta as políticas de incentivo atuais para a descarbonização do setor automotivo. Em 2020, a representatividade de carros não poluentes nas vendas foi de 4%. O relatório aponta para perspectivas positivas para o setor, mas avalia que governos devem impulsionar mais a adoção, visando as metas de descarbonização para 2050.

A BNFE indica que, para cumprir esses objetivos, serão precisos novas ações e políticas em todas as frentes, incluindo a expansão da rede de recarga, reciclagem de baterias e regulação de veículos pesados, além de encorajar formas ativas de transporte, como o ciclismo.

O relatório estima que o setor de veículos elétricos representa uma oportunidade de mercado global de US$ 7 trilhões até 2030 e de US$ 46 trilhões até 2050. Ao mesmo tempo, a rede de recarga precisaria crescer para 309 milhões de terminais, o que requer US$ 589 bilhões em investimentos acumulados pelas próximas duas décadas.

O uso de eletricidade para carregar a frota elétrica iria acrescentar 9% a demanda global em 2040. A maior parte dessa necessidade seria atendida por capacidade adicional de fontes renováveis, conforme a previsão da BNEF.

A pesquisa mostra que o recente crescimento de veículos elétricos nos segmentos de carros de passageiros, ônibus e três rodas é contínuo e está acelerando, motivado principalmente pela economia relativa em comparação a veículos de combustão interna.

Dentro do cenário em que nenhuma nova medida será adotada, o estudo indica que a transição será liderada por China, Estados Unidos e União Europeia, mas com os baixos níveis de adoção da frota elétrica em países emergentes reduzindo a média global.

“O crescimento do setor é uma incrível história de sucesso, mas ainda há 1,2 bilhões de carros a combustão nas estradas e a transição da frota está ocorrendo lentamente. Alcançar a neutralidade de emissões em 2050 requererá ações firmes, principalmente para caminhões e outros veículos pesados, onde a transição mal começou”, disse o diretor de transporte avançado da BNEF, Colin McKerracher.

O diretor de transporte comercial da BNEF, Nikolas Soulopoulos, reforça que os governos precisam tomar ações urgentes no segmento de veículos pesados. “Além de introduzir padrões mais rígidos de economia de combustível e emissões, também é preciso considerar incentivos para direcionar cargas para caminhões menores, onde a eletrificação poderá ocorrer mais rapidamente”, disse o diretor.

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