Queda de preços deve impulsionar mercado de energia solar, avalia JA Solar

Fabricante de painéis solares prevê demanda mais aquecida no Brasil no 2º semestre, apesar de cenário de restrição de crédito

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Após um início de ano marcado pela queda nas vendas de sistemas de energia solar no mercado brasileiro, o segundo semestre deve apresentar um cenário mais positivo, com preços equilibrados e uma demanda de material elevada. Essa é a expectativa da JA Solar. Em entrevista exclusiva ao Portal Solar, o Country Manager Brasil da fabricante, Fernando Castro, prevê uma melhora no financiamento de equipamentos fotovoltaicos, apesar das dificuldades de crédito no país.

“Acreditamos que o mercado deve melhorar no segundo semestre deste ano, mas ainda não igualando os números de 2022. O esperado é que o volume total do mercado em 2023 seja 20% a 30% inferior ao de 2022”, declarou o executivo.

Castro destaca que a redução de custos do polissilício, matéria prima utilizada na fabricação de painéis solares, terá um impacto positivo nos preços de equipamentos fotovoltaicos no mercado global e no Brasil. “Realmente teremos queda de preços no quarto trimestre de 2023, talvez ainda no terceiro trimestre, em decorrência do preço do polissilício e pela demanda mundial.”

No ano anterior o polissilício chegou a custar cerca de U$39/kg. Mesmo com quedas registradas já no final de 2022, a estimativa era de que em 2023 os valores voltariam a subir. Porém, o especialista avalia que ainda haverá uma queda brusca nos valores do material, o que deve impactar positivamente no mercado.

“A demanda interna da China e mundial continua muito aquecida em 2023, e muito provavelmente continuará em 2024. Acredito que o volume vendido e entregue neste ano por todos os fabricantes atinja 400 GW. Quanto aos desafios logísticos e de cadeia produtiva, a previsão é de não sofrer interferência por possíveis restrições ou dificuldades”.

Juros e financiamento

A desaceleração do mercado brasileiro em 2023 foi inicialmente atribuída as mudanças de regramento da geração distribuída promovidas pela Lei 14.300. Além de causar uma antecipação de compras no final do ano passado, a falta de entendimento sobre o Marco Legal também trouxe insegurança aos consumidores para investir em energia solar.

Porém, a percepção atual do mercado é que maior entrave para as vendas é a alta dos juros e a restrição ao crédito. Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em março deste ano o Brasil atingiu a maior inadimplência já registrada, com mais de 66 milhões de brasileiros com dívidas em aberto.

Por conta disso, as aprovações em financiamentos de equipamentos fotovoltaicos foram afetadas nos últimos meses. Sobre este assunto, Castro pontua que o mercado de geração distribuída ainda sofre, mas deve registrar um desempenho mais positivo nos próximos meses.

“Os juros para financiamento continuam muito altos, e como 70% das vendas no mercado de geração distribuída eram financiadas, o mercado está sofrendo bastante com a alta taxa de juros”.

Em relação aos grandes projetos de geração centralizada, o diagnóstico é mais favorável. “Na geração centralizada os projetos são de longo ciclo de negócios, aprovações, construção entre outros detalhes que não foram afetados pela nova regulação. A partir de 2024, acredito que os projetos devam estar ligados aos principais stakeholders e players do mercado Livre e não mais aos leilões”.

JA Solar no Brasil

A JA Solar é especializada na produção de equipamentos fotovoltaicos, principalmente células solares. Apesar de ter uma boa demanda no Brasil, que é um país com grande potencial, a companhia não possui uma fábrica em território nacional. Questionado sobre o assunto, Fernando Castro contou um pouco sobre os planos da empresa para o Brasil:

“Para o Brasil, especificamente, ainda não estamos analisando esta possibilidade. A falta de produção de células locais e impostos dos módulos não são nada favoráveis a produção local, diferente de outros produtos e segmentos como por exemplo, automóveis e informática que mesmo com diferença de volume conseguem ter produção local viável”.

“Pela minha experiência e visão, o foco de produção local deveria ser em inversores que já temos capacidade de produção de eletrônicos bem estruturada e consolidada no Brasil. E principalmente, de baterias que serão a próxima revolução do mercado fotovoltaico”.

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Emily Moura

Jornalista formada pela PUC-SP. Possui experiência nas áreas de jornalismo financeiro, econômico, tecnológico e de entretenimento.

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