Hidrogênio verde deve criar mercado de US$ 1,4 trilhão até 2050
Estudo da Deloitte indica que, para viabilizar neutralidade de carbono, será preciso investir mais de US$ 9 trilhões na cadeia global de abastecimento do combustível


A cadeia de comercialização do hidrogênio deverá superar a de gás natural líquido até 2030 e gerar um mercado de US$ 1,4 trilhão anual até 2050, mostra estudo da Deloitte. Conforme o relatório, o hidrogênio verde está prestes a ajudar a impulsionar parte importante do crescimento global.
A consultoria destaca que o insumo traz uma grande oportunidade de crescimento sustentável para países em desenvolvimento, que, a partir de investimentos direcionados e significativos, podem passar a responder por quase 70% do US$ 1,4 trilhão previsto para 2050 – e, ao mesmo tempo, fomentar até 2 milhões de empregos ao ano globalmente, entre 2030 e 2050.
Leia mais: Hidrogênio verde será mais barato que o produzido com gás natural até 2030
“Ainda que a demanda pelo hidrogênio verde dispare nas economias mais avançadas, será o estabelecimento bem-sucedido desse mercado nos países em desenvolvimento que permitirá a estruturação de uma cadeia verdadeiramente global”, disse a líder das ofertas integradas da Deloitte Brasil para Clima, Sustentabilidade & Equidade, Maria Emília Peres.
A pesquisa mostra que o hidrogênio verde pode fornecer até 85 gigatoneladas em reduções nas emissões cumulativas de CO2 até 2050, mais que o dobro das emissões globais de CO2 em 2021.
Comércio e infraestrutura
O estudo destaca que o comércio inter-regional é fundamental para a realização do potencial de mercado do hidrogênio verde, assim como a diversificação da infraestrutura logística. Regiões atualmente capazes de produzir hidrogênio a preços competitivos e em quantidades que excedam necessidades domésticas já se posicionam como futuros exportadores – abastecendo regiões menos competitivas nesse mercado e facilitando a transição energética.
A previsão é que o comércio global de hidrogênio gere mais de US$ 280 bilhões em receitas anuais de exportação até 2050. O norte da África deve ser a maior beneficiada (US$ 110 bilhões por ano), devido ao seu elevado potencial de exportação.
“Se governos e empresas se comprometerem a apoiar o hidrogênio verde de forma decisiva, esse mercado poderá superar a produção de hidrogênio intensivo em carbono em menos de dez anos”, disse a líder global da prática de sustentabilidade e clima da Deloitte, Jennifer Steinmann.
De acordo com o estudo da Deloitte, serão necessários grandes investimentos na cadeia de suprimentos para ajudar a otimizar a cadeia de valor global do hidrogênio verde. Mais de US$ 9 trilhões deverão ser investidos na cadeia global de abastecimento de hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050, incluindo US$ 3,1 trilhões de investimento em economias em desenvolvimento.
O estudo mostra que o suprimento de hidrogênio verde precisa crescer para aproximadamente 600 MtH2eq em 2050 para ajudar a alcançar a neutralidade climática até meados do século. No entanto, considerando os anúncios atuais de projetos de hidrogênio limpo no mundo, só haveria capacidade de produção coletiva para atender a um quarto da demanda projetada em 2030.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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