Retirada de incentivos apenas das fontes renováveis da MP 998 é medida que vai na contramão do mundo, diz BYD

Segundo o diretor da empresa, Adalberto Maluf, texto final da Lei nº 14.210/2021 é contraditório por manter incentivos a outras fontes, como o carvão

RETIRADA DE INCENTIVOS APENAS DAS FONTES RENOVÁVEIS DA MP 998 É MEDIDA QUE VAI NA CONTRAMÃO DO MUNDO, DIZ BYD
Portal Solar

A retirada de incentivos apenas energias renováveis, com a manutenção de benefícios a fontes fósseis, é uma medida que vai na contramão do mundo, afirma o diretor de marketing, sustentabilidade e novos negócios da BYD, Adalberto Maluf, em relação ao texto final da Lei nº 14.210/2021 de 1º de março de 2021, que sancionou a Medida Provisória 998/2020.

“A MP 998 foi importante para o setor elétrico, entretanto, a retirada de incentivos às energias renováveis, ao mesmo tempo em que se mantiveram os incentivos ao carvão, parece-nos contraditório e na contramão do mundo”, declarou o executivo para o Portal Solar.

“Ademais, o uso de recursos de pesquisa e desenvolvimento das empresas de energia para reduzir a conta de energia não irá ajudar o Brasil a desenvolver as tecnologias e inovações para a indústria do futuro", ressaltou Maluf.

A preocupação com o respeito ao princípio da isonomia, aplicando a retirada de incentivos a todas as fontes que acessam a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), não apenas as renováveis, foi expressada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) na época da assinatura da MP 998.

“Essa retirada de incentivos precisa ser transversal e aplicada a todas as fontes e tecnologias de geração de energia elétrica que hoje possuem vínculos na CDE, como também gás natural, carvão mineral e diesel”, declarou a entidade na época.

Após a sanção do texto final da Lei, o mercado e especialistas consideraram que, por outro lado, o prazo de doze meses para a retirada dos descontos para as fontes incentivadas permitirá que o setor solar adapte modelos de negócios para empreendimentos futuros, ao mesmo tempo que atenua impactos imediatos ao mercado.

“Isso vai permitir que o mercado se prepare. Na prática, quem tem projeto em desenvolvimento vai buscar a outorga dentro do prazo e assinar o PPA mais rapidamente”, apontou a diretora da CELA, Camila Ramos.

Ela acredita que, apesar do impacto do fim dos benefícios, as fontes renováveis não perderão competitividade. “Especialmente a solar, que tem apresentado redução de custos. Temos todo o movimento ESG e a demanda de consumidores para limpar a matriz. Essa tendência deve ser mantida.”

A marca lider em energia solar

Calculadora Solar

Economize até 35% na sua conta de luz

simulação

resumo

Digite sua concessionária
Avatar de Ricardo Casarin

Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

Artigos que podem te interessar

A MURALHA REGULATÓRIA QUE PROTEGE O SOL: COMO A ABNT E O CONFAZ BLINDAM O SETOR FOTOVOLTAICO CONTRA O CASUALISMO FISCAL
Política

A Muralha Regulatória que Protege o Sol: Como a ABNT e o CONFAZ Blindam o Setor Fotovoltaico contra o Casualismo Fiscal

O Brasil vive um paradoxo solar. Enquanto o país celebra recordes de instalação de energia fotovoltaica, impulsionado por uma matriz energética que se orgulha de sua crescente sustentabilidade, uma sombra de instabilidade jurídica

08/12/20253 min de leitura

PLP 182/2025: A TEMPESTADE TRIBUTÁRIA QUE PODE AFOGAR A ENERGIA SOLAR BRASILEIRA
Política

PLP 182/2025: A tempestade tributária que pode afogar a energia solar brasileira

O governo federal está revivendo uma proposta que há 20 anos causou uma das maiores revoltas do setor produtivo brasileiro. O PLP 182/2025 traz de volta o espírito da famigerada MP 232 de 2004, conhecida como "tsunami tributário".

28/11/202510 min de leitura

A LEI 15.269 E O GOSTO AMARGO DA INSEGURANÇA JURÍDICA
Política

A Lei 15.269 e o gosto amargo da insegurança jurídica

A sanção da Lei nº 15.269/2025, originada da Medida Provisória 1.304, deveria ser um momento de celebração para o setor elétrico brasileiro. E, em muitos aspectos, ela representa um avanço inegável.

26/11/20254 min de leitura

REFORMA-DO-SETOR-ELETRICO-E-SANCIONADA-E-CONVERTIDA-NA-LEI-15.269-2025
Política

Reforma do setor elétrico é sancionada e convertida na Lei 15.269/2025

Texto final da MP 1.304 incluiu abertura do mercado livre e regulamentação do armazenamento de energia; ressarcimento por cortes de geração foi vetado

25/11/20256 min de leitura

ACORDO-FINAL-DA-COP30-OMITE-MENCAO-A-COMBUSTIVEIS-FOSSEIS
Política

Acordo final da COP30 omite menção a combustíveis fósseis

Conferência teve como principal resultado compromisso de mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano para ações climáticas

24/11/20252 min de leitura

SEGURANÇA JURÍDICA NA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: A ANÁLISE DA MOTIVAÇÃO NO DESMEMBRAMENTO DE USINAS
Política

Segurança jurídica na geração distribuída: a análise da motivação no desmembramento de usinas

Decisões subjetivas das distribuidoras sobre divisão de usinas criam insegurança jurídica e prejudicam investimentos em energia.

18/11/20257 min de leitura

VETOS-A-MP-1.304-PODEM-COMPROMETER-INVESTIMENTOS-EM-RENOVAVEIS-NO-BRASIL
Política

Vetos à MP 1.304 podem comprometer investimentos em renováveis no Brasil

Absolar alerta que retirar a possibilidade de compensação às usinas afetadas por cortes de geração reduzirá atratividade de grandes projetos no país

17/11/20253 min de leitura

MP-1.304-ENTENDA-COMO-SERA-A-ABERTURA-DO-MERCADO-LIVRE-DE-ENERGIA
Política

MP 1.304: entenda como será a abertura do mercado livre de energia

Aprovada pelo Congresso, reforma do setor elétrico permitirá adesão de todos os consumidores do país ao Ambiente de Contratação Livre (ACL)

12/11/20252 min de leitura