Mudanças no clima desafiam a gestão de risco das fontes renováveis

Relatório da KPMG aponta os 20 riscos provocados pelas mudanças climáticas que podem afetar o setor de energia limpa

MUDANÇAS NO CLIMA DESAFIAM A GESTÃO DE RISCO DAS FONTES RENOVÁVEIS
Foto: Banco de Imagem

Relatório da KPMG mostrou que as principais ameaças ao setor de energia provenientes das mudanças climáticas são os impactos adversos às fontes de geração de energia de baixo teor de carbono (como hidrelétrica, solar e eólica), a mudança do comportamento do cliente, a acessibilidade econômica e o fornecimento de energia.

A pesquisa “Uma avaliação ampliada dos riscos que afetam o sistema de energia" (An enhanced assessment of risks impacting the energy system) apontou os 20 principais riscos identificadas no curto prazo. Os especialistas observaram os impactos negativos na receita futura do setor, ao menos que sejam tomadas medidas mitigadoras.

Entre esses cenários, os riscos de mudanças climáticas estão no nível de crise e os de transição de matriz estão ampliados pela liderança limitada e fragmentada de órgãos reguladores que reduzem criticamente a abordagem estratégica em relação à transição energética.

"A importância crítica para as economias, a sociedade e o meio ambiente de um sistema de energia resiliente e sustentável torna essencial que as principais dinâmicas, riscos e dependências sejam compreendidos e, previamente, tratados de forma direta em todo o setor", afirma Anderson Dutra, sócio-líder de Energia e Recursos Naturais da KPMG no Brasil.

As companhias devem se concentrar em mitigar, ao máximo, as exposições de todo o sistema na ausência de estratégia e regulamentação de governos, com foco nas seguintes áreas: risco de viabilidade; esforços coletivos na capacidade de armazenamento de energia e confiabilidade do sistema energético.

"O sistema de energia, em particular, enfrenta uma infinidade de riscos, desafios e oportunidades ESG, conforme o processo realiza a transição de sistemas de produção e consumo de energia baseados em fósseis para fontes de energia renováveis. Uma estreita coordenação e alinhamento são necessários entre os setores do subsistema para otimizar o desempenho total do processo e coordenar as respostas aos riscos do sistema”, destaca Manuel Fernandes, sócio-líder de energia e recursos naturais da KPMG na América do Sul.

Crise hídrica

O planejamento energético brasileiro busca diversificar a matriz expandindo a produção de energia a partir de tecnologias como eólica, solar fotovoltaica, biomassa e gás natural, está última considerada parcialmente renovável. 

No entanto, o Brasil ainda concentra nas usinas hidrelétricas mais de 60% da capacidade produção de energia elétrica - o que em momentos de falta de regularidade de chuvas expõe o País a custos elevados de geração, impactando a economia como um todo.

Nos últimos meses, o País enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Cerca de 70% da capacidade de produção hidrelétrica está concentrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios dessas regiões estão operando com 25,15% de capacidade. 

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Adonis Teixeira

Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.

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