GD remota, compartilhada, junto à carga, condominial? Saiba a diferença
Brasil deve atingir nesta semana 6 GW em sistemas de geração distribuída em operação


A geração distribuída (GD) é a modalidade em que o consumidor de energia investe no próprio sistema de produção de eletricidade em residências, comércios ou até mesmo em pequenas indústrias. Esse mercado está em acelerado crescimento no Brasil, pois os benefícios financeiros, econômicos e ambientais são comprovados pelos usuários. De janeiro a junho, foram instados 105 mil novos sistemas, somando 1 gigawatt em cinco meses de 2021. O País deve atingir nesta semana 6 GW em sistemas de geração distribuída em operação.
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Para tudo isso acontecer, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é quem define as regras do setor elétrico no Brasil, inovou ao elaborar um conjunto de normas consolidadas na Resolução Normativa n°482/12. Dessa forma, o consumidor pode gerar a sua própria energia, desde que seja por fontes renováveis (biomassa, eólica ou solar).
O sistema fica conectado na rede elétrica da distribuidora local, tecnicamente chamado se sistema on-grid. Em alguns momentos, a produção e o consumo acontecem simultaneamente. O excedente da produção é injetado na rede pública e vira créditos na forma de desconto na conta de luz.
Temos dois tipos de modelos de geração distribuída, a micro e mini GD, além de quatro modalidades com diferentes características: geração compartilhada; geração junto à carga (rooftop); autoconsumo Remoto; e Empreendimentos com Múltiplas Unidades Consumidoras (EMUC), também conhecido como modalidade de condomínio.
Vamos entender cada uma delas?
Microgeração: O sistema gerador de energia elétrica tem que ter potência instalada menor ou igual a 75 quilowatts (KW).
Minigeração: A potência instalada é superior aos 75 KW, e menor ou igual a 5 megawatt (MW).
Geração Compartilhada: É a modalidade que permite a reunião de consumidores por meio de consócio ou cooperativa. Esse tipo de modelo tem se sido bastante usado por comerciantes, quando usam as chamadas fazenda solares, onde cada participante compra ou aluga um lote da usina. O consórcio permite que empresas que desejam aderir ao sistema de GD compartilhem os custos de implementação do sistema. Vale lembrar que, se o projeto for acima de 75 MW, haverá pagamento por demanda contratada.
Geração Junto à carga: É o consumidor que possui seu próprio sistema de geração de energia elétrica no mesmo local de consumo, limitada a potência 5 megawatts (MW). Ou seja, o consumidor instala o sistema fotovoltaico no telhado de sua casa e passa a consumir sua própria energia gerada.
Autoconsumo Remoto: Quando o mesmo consumidor possui mais de uma unidade consumidora em seu nome e deseja participar do sistema de geração distribuída. Ela não precisa estar instalada no mesmo local que o de consumo. É como se o consumidor decidisse instalar uma fazenda solar fotovoltaica para gerar a energia necessária para cobrir o consumo de energia de suas lojas.
EMUC : Diferente do autoconsumo remoto, nessa modalidade as unidades consumidoras se situam no mesmo local, mas utilizam a energia elétrica de forma independente. A conexão com a distribuidora é a mesma, mas o consumo é medido separadamente. É utilizado em shopping, prédios comerciais, condomínios residências.

Adonis Teixeira
Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.
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