IPCC: Consequências das mudanças climáticas já ultrapassam o limite do tolerável
Relatório indica que eventos extemos, como ondas de calor, secas e enchentes, estão causando mortalidade em massa de algumas espécies e trazendo riscos para populações humanas


As mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos estão gerando perturbações generalizadas e perigosas na natureza, afetando as vidas de bilhões de pessoas em todo o mundo, indica o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidades (ONU), divulgado em 28 de fevereiro.
O estudo reforçou a as conclusões da publicação anterior, feita em agosto do ano passado, destacando que o aumento de ondas de calor, secas e enchentes já estão ultrapassando os limites de tolerância de plantas e animais, levando a mortalidade em massa de espécies como árvores e corais.
Leia mais: ONU: Mudanças climáticas já criam cenário extremos no planeta
Estes extremos climáticos estão ocorrendo simultaneamente, causando impactos em cascata, cada vez mais difíceis de gerenciar, gerando fome e insegurança hídrica para milhões de pessoas, especialmente na África, na Ásia, na América do Sul e Central, em pequenas ilhas e no Ártico.
Ações imediatas
O relatório do IPCC indica que que, para evitar a crescente perda de vida, de biodiversidade e de infraestrutura, é necessária uma ação rápida e ambiciosa de adaptação às mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover cortes expressivos nas emissões de gases do efeito estufa.
“A evidência cientifica não deixa dúvidas: a mudança climática é uma ameaça ao bem-estar da humanidade e à saúde do planeta. Qualquer atraso maior em uma ação global conjunta causará a perda de uma janela de tempo para assegurar um futuro viável para a vida”, disse o co-presidente do Grupo de Trabalho II do IPCC, Hans-Otto Pörtner.
Os cientistas responsáveis pelo estudo apontam que a mudança climática interage com fatores como o uso não sustentável de recursos naturais, urbanização crescente, desigualdades sociais, perdas e danos de eventos extremos.
“Nossa avaliação mostra que lidar com esses diferentes desafios envolve a todos: governos, setor privado, sociedade civil, trabalhando juntos para priorizar a redução de riscos”, afirmou a co-presidente do Grupo de Trabalho II do IPCC, Debra Roberts.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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