IPCC: 2025 é data limite para atingir pico de emissões e limitar aquecimento global
Relatório destaca urgência de ação de descarbonização, como eletrificação da economia e expansão do uso de renováveis


Limitar o aquecimento global em 1.5 C° exige que o pico das emissões dos gases de efeito estufa ocorra até 2025, indica o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidades (ONU).
Leia mais: Consequências das mudanças climáticas já ultrapassam o limite do tolerável
Conforme o levantamento, após essa data, é necessário que ocorra uma redução nas emissões de 43% até 2030. O IPCC destaca que limitar o aquecimento global exigirá uma grande transição no setor de energia, com forte redução no uso de combustíveis fósseis, eletrificação abrangente, melhora na eficiência energética e uso de combustíveis alternativos, como o hidrogênio.
O estudo mostra que a média anual de emissões na década de 2010 a 2019 foi a maior já registrada na história humana, mas o ritmo de crescimento desacelerou. Sem reduções imediatas e significativas em todos os setores, limitar o aquecimento global em 1.5 C° estará fora de alcance.
A boa notícia é que existe um avanço de ações climáticas. Desde 2010, ocorreram reduções de até 85% nos custos de baterias e da energia solar e eólica. Um leque maior de medidas políticas e leis promoveram o aumento da eficiência energética, reduziram índices de desmatamento e aceleraram a instalação de geração renovável no mundo.
O presidente do IPCC, Hoesung Lee, assinala que essas ações são encorajadoras. “Existem políticas, regulações e instrumentos de mercados que estão se provando efetivos. Se eles ganharem escala e foram aplicados de forma mais abrangente, poderão apoiar a redução de emissões e estimular inovação.”
A estimativa é que, com a infraestrutura, tecnologia e políticas corretas, será possível alcançar reduções de 40% a 70% nas emissões até 2050. Ações na agricultura, florestamento e outros usos de solo também serão importantes.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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