EUA impõe restrições comerciais contra fabricantes chineses de silício
Medidas são motivadas por ações de combate ao trabalho forçado, porém a China rebateu as acusações


O governo do Estados Unidos anunciou restrições comerciais contra cinco companhias chinesas produtoras de silício policristalino e o embargo a importações de equipamentos fotovoltaicos da Hoshine Silicon Industry. Em comunicado divulgado pela Casa Branca nesta quinta-feira (24), a administração de Joe Biden afirmou que as medidas são motivadas por ações de combate ao trabalho forçado.
“Estamos agindo para responsabilizar aqueles que se utilizam de trabalho forçado e assegurar que produtos feitos dessa forma sejam retirados de nossa cadeia de fornecimento”, declarou o presidente norte-americano.
Além da Hoshine Silicon Industry, foram listadas as empresas Xinjiang Daqo New Energy; Xinjiang East Hope Nonferrous Metals; Xinjiang GCL New Energy Material Technology, e XPCC.
O governo dos EUA alega que as companhias participaram "na prática ou aceitaram a utilização de trabalhos forçados" na região autônoma de Xinjiang e contribuem para violações de diretos humanos contra o povo Uigur e outros grupos minoritários da localidade.
O Departamento do Trabalho dos EUA ainda acrescentou o silício policristalino fabricado na China está na lista de produtos que utilizam trabalho infantil ou forçado.
“Essas ações demonstram nosso compromisso em impor custos adicionais a República Popular da China por promover práticas cruéis e desumanas de trabalho, e assegurar que Beijing siga as regras do mercado internacional”, diz o comunicado.
Resposta da China
O governo chines repudiou as ações dos EUA e classificou a questão do trabalho forçado em Xinjiang como “fabricada” e “a mentira do século”. Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério do Comércio do país, Gao Feng, declarou que os EUA recorrem a força para implementar o protecionismo e a hegemonia, utilizando os direitos humanos como um disfarce.
“Isso irá ameaçar o comércio internacional e a segurança da cadeia de suprimento global. Os EUA deveriam redirecionar suas ações imediatamente ou tomaremos as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses legítimos de companhias e instituições”, disse o porta-voz.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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