EUA anuncia doação de R$ 2,5 bilhões para Fundo Amazônia
O aporte prevê recursos para inciativas como combate ao desmatamento, proteção aos animais e reflorestamento


O governo dos Estados Unidos anunciou a doação de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia, entre outras iniciativas globais de combate ao desmatamento, proteção ambiental, reflorestamento e mitigação da mudança do clima direcionadas ao Brasil. A iniciativa foi divulgada na última quinta-feira (20/4), durante encontro de chefes de Estado no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF, na sigla em inglês),
Também foi anunciado no encontro o aporte inicial de US$ 50 milhões (R$ 250 milhões) no âmbito da Estratégia de Restauração Florestal do BTG Pactual, que busca mobilizar US$ 1 bilhão para restauração 300 mil hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile, além de US$ 200 milhões para ações de redução de emissões do metano nos países em desenvolvimento e US$ 1 bilhão para o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês).
O anúncio ocorreu após uma série de encontros entre Brasil e EUA desde a eleição do presidente Lula. O primeiro foi durante sua viagem ao Egito para a COP27, em novembro. Em 10 de fevereiro, os presidentes Lula e Joe Biden se reuniram em Washington, nos EUA, quando o presidente americano anunciou a intenção de colaborar com o Fundo Amazônia e de ajudar a alavancar recursos de outras fontes para proteção de florestas no Brasil.
Em 28 de fevereiro, a ministra Marina Silva, que havia acompanhado o presidente Lula em Washington, recebeu o Enviado Especial dos EUA para o Clima, John Kerry, para uma série de reuniões de trabalho em Brasília. Na ocasião, o compromisso com as iniciativas brasileiras foi reafirmado.
Um mês depois, em 28 de março, a ministra reuniu-se no MMA com Jose Fernandez, subsecretário de Estado de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, e com a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, para discutir a cooperação entre os países nas áreas de mudança do clima e combate ao desmatamento, entre outros temas.
O aporte inédito anunciado pelo governo dos Estados Unidos para o Fundo Amazônia vai quase dobrar o valor disponível no fundo, que tem pouco mais de R$ 3 bilhões em caixa desde 2019, quando foi paralisado pelo governo anterior. O Fundo Amazônia foi reativado por decreto do presidente Lula em 1º de janeiro.
O aporte para a Estratégia de Restauração Florestal será investido na recuperação de áreas degradadas na América Latina, incluindo o Brasil. Esta iniciativa contribui com a meta do governo brasileiro de reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
Foram mencionados outros temas de interesse brasileiro, como a emenda de Kigali do Protocolo de Montreal, que apoiará a redução de emissões de hidrofluorcarbonos (HFCs) e a implantação de tecnologias de remoção de CO2 da atmosfera e de captura e armazenamento de carbono.
Estas ações têm o objetivo de zerar o desmatamento e promover a transição para uma economia sustentável na Amazônia por meio do Plano de Ação para Prevenção e Combate do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que está em consulta pública desde 10 de janeiro.
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Emily Moura
Jornalista formada pela PUC-SP. Possui experiência nas áreas de jornalismo financeiro, econômico, tecnológico e de entretenimento.
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