Entenda em quatro pontos como a transição energética transformará a geopolítica
Estudo da Irena destaca que a migração de um sistema baseado em fontes fósseis para a geração renovável trará implicações globais que vão além do setor elétrico


O uso de combustíveis fósseis tem sido a fundação do sistema global de energia, do desenvolvimento econômico e do estilo de vida moderno. Dessa forma, a transição para um modelo baseado na geração renovável não é apenas uma troca de uma tecnologia para outra.
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A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) destaca que esse processo de descarbonização envolve transformações mais profundas, com importantes implicações sociais, econômicas e políticas que vão além do setor de energia.
Um relatório da entidade ressalta que esse processo terá um impacto particularmente pronunciado na geopolítica e será um fator importante no redesenho das relações internacionais ao longo do século XXI.
As fontes solar e eólica diferem em muitos aspectos dos combustíveis fósseis e essas distinções terão consequências globais. Veja em quatro pontos como a transição energética transformará a geopolítica:
1 - As renováveis estão disponíveis, de uma forma ou outra, em todos os países, diferentemente dos combustíveis fósseis, que estão concentrados em locais específicos. Isso reduz a importância dos atuais gargalos do setor de energia, como os canais estreitos utilizados em rotas marítimas que são críticos para o suprimento de petróleo.
2 - A maioria das renováveis tem a forma de fluxo, enquanto as fósseis são estoques. Energia estocável pode ser bastante útil, mas ela só pode ser utilizado uma vez. Em contraste, fluxos não são esgotáveis e são menos propensos a disrupções.
3 – Fontes de energia renováveis podem ser instaladas em quase qualquer escala e são mais adaptáveis a formas descentralizadas de produção e consumo. Isso acrescenta efeitos de democratização a geração limpa.
4 – Fontes renováveis tem custo marginal quase zero e, algumas delas, como solar e eólica, experienciam reduções de custos de quase 20% a cada vez que a capacidade instalada é dobrada. Isso permite que essas tecnologias liderem a mudança, mas exige soluções regulatórias para garantir estabilidade e lucratividade para o setor elétrico.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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