COP26: Países se comprometem em substituir carvão por fontes renováveis
Documento estabelece que transição ocorra globalmente até 2040; acordo não contou com assinatura de China, Índia e EUA


Mais de 40 países e de 30 companhias assinaram uma declaração para acelerar a transição energética da geração a carvão para fontes limpas e renováveis. A iniciativa foi divulgada nesta quinta-feira (4/11), dia dedicado ao setor de energia na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP26), realizada em Glasgow (Escócia).
O documento estabelece que a mudança ocorra até 2030 para as principais economias e até 2040 globalmente, em linha com as metas do Acordo de Paris.
Porém, a falta da assinatura de 15 dos 20 países que mais utilizam o carvão coloca dúvidas sobre o cumprimento desse objetivo. As ausências de maior destaque são China, Índia e Estados Unidos.
Também foi anunciado que um grupo de 25 países, incluindo Itália, Canadá, EUA e Dinamarca, em conjunto com instituições financeiras, assinou uma declaração proposta pela Grã-Bretanha de eliminar incentivos para usinas de carvão até o final de 2022, priorizando o apoio para a geração renovável.
Conforme a organização da COP26, esse compromisso pode representar um redirecionamento de US$ 17,8 bilhões de combustíveis fósseis para a transição energética.
Desde que o Acordo de Paris foi assinado, em 2015, houve uma redução de 76% no número de novas usinas de carvão planejadas no mundo, o equivalente a mais de 1.000 GW.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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