Compromissos climáticos exigirão investimento 10 vezes maior

Relatório do Fórum Econômico Mundial mostra que são necessário US$ 500 bilhões até 2030 em tecnologias limpas e renováveis

COMPROMISSOS CLIMÁTICOS EXIGIRÃO INVESTIMENTO 10 VEZES MAIOR
Foto: Pixabay

Alcançar as metas de neutralizar emissões de gases que provocam o efeito estufa exige investir globalmente pelo menos US$ 500 bilhões até 2030 em tecnologias de descarbonização, mostra relatório produzido pela consultoria Oliver Wyman em parceria com o Fórum Econômico Mundial. Os valores são dez vezes superiores aos US$ 16 bilhões que já foram aportados mundialmente de 2016 a 2020.

Conforme o estudo, os investimentos estimados para até o fim desta década precisam ser direcionados para descobertas tecnológicas de descarbonização que incluem captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) e geração de energia limpa com hidrogênio, bioenergia, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e amônia verde, por exemplo.

O relatório também aponta, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que essas inovações serão responsáveis ​​por mais de 40% das reduções globais de gases de efeito estufa até 2050.

No entanto, o documento ressalta que essas tecnologias estão em estágios iniciais de desenvolvimento e ainda não estão maduras ou competitivas em relação às alternativas existentes de alta emissão.

Para implantar e testar essas tecnologias em escala comercial é preciso investir trilhões de dólares. Somente até 2030, serão necessários US$ 4,3 trilhões ao ano, um aumento de mais de três vezes em relação aos níveis de investimentos de 2016 a 2020 para descarbonizar os sistemas de energia e a economia.

O objetivo do relatório, segundo a Oliver Wyman, é alertar para a urgência de acelerar a mobilização de capital privado e mitigar os riscos de um déficit de financiamento global para alcançar as metas de emissões líquidas zero até 2050.

Os indicadores do documento são resultados de entrevistas e análises com mais de 50 instituições financeiras, incluindo bancos, seguradoras, gestores de ativos e instituições públicas interessadas em políticas e soluções conjuntas necessárias para mobilizar o setor de capital privado.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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