Apoio governamental para renováveis cresceu US$ 500 bilhões no mundo desde março
Volume de investimentos e medidas de incentivo à geração limpa aceleraram com a crise global de energia causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia


Os investimentos governamentais em energia renovável cresceram cerca de US$ 500 bilhões no mundo desde março, mostra levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O cenário é consequência de iniciativas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, em meio a crise deflagrada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
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Desde o início da pandemia de Covid-19, o volume de recursos destinados por governos nacionais ao apoio à geração limpa acumula US$ 1,215 trilhão. A IEA ainda avalia que esses gastos poderão mobilizar fluxos substanciais de investimento privado, elevando os aportes em tecnologias renováveis em 50%, atingindo US$ 2 trilhões anuais em 2030.
Conforme o estudo, as economias mais avançadas respondem por quase 95% do total desses investimentos, enquanto economias emergentes e em desenvolvimento direcionaram recursos para medidas de curto prazo para controlar os preços de combustíveis e eletricidade.
No último ano, a maior parte do crescimento dos aportes em energia limpa é resultado do pacote de combate a inflação nos Estados Unidos (Inflation Reduction Act) e medidas promovidas por diversos países europeus.
A maioria desses recursos foi destinada para eletricidade de baixa emissão e incentivos para eficiência energética em edifícios e na indústria. Outro destaque foi a infraestrutura de transporte de baixa emissão, especialmente sobre trilhos.
A IEA alerta que, mesmo com todas essas medidas, o acesso à energia está diminuindo em países em desenvolvimento. Como resultado da crise, 75 milhões de pessoas que haviam recentemente conseguido acesso a serviços básicos, não podem mais pagar por eles. Além disso, pela primeira vez um levantamento da entidade aponta crescimento no número total de pessoas no mundo sem acesso a eletricidade.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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