2022 pode ter marcado o pico das emissões do setor elétrico global
BNEF alerta que, apesar dos avanços na geração renovável, novas medidas de incentivos são necessárias para atingir as metas de descarbonização


O ano de 2022 pode ter marcado o pico de emissões do setor elétrico global, mostra estudo da BloombergNEF (BNEF). A pesquisa indica que a crise energética que impactou o mundo em meio a guerra entre Ucrânia e Rússia tornaram as fontes renovável ainda mais competitivas em relação aos combustíveis fósseis.
Leia mais: Atual crise energética global pode ser ponto de virada para a descarbonização
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Porém, o relatório alerta que as metas do Acordo de Paris não serão alcançadas até 2050 caso novas ações e políticas de incentivo à descarbonização do sistema elétrico não sejam colocadas em prática.
O cenário de transição econômica (ETS), que leva em conta apenas as medidas já existentes, aponta que dois terços da geração de energia elétrica do mundo serão fornecidos pelas tecnologias eólica e solar fotovoltaica na metade do século.
Essas duas fontes, combinadas com sistemas de armazenamento com baterias, responderão por 85% dos 23 TW de nova capacidade adicionada nas próximas três décadas. Dessa forma, as emissões do setor deverão cair 57%.
Avanços insuficientes
A BNEF prevê que o uso global de carvão, óleo e gás deve atingir o pico ao longo da próxima década. Apesar desses avanços, o ETS falharia em atingir a neutralidade até 2050, com as emissões caindo 29% e os combustíveis fósseis ainda lançando quantidades consideráveis de gás carbônico na atmosfera.
Essa trajetória resultaria em um aumento de 2.6°C na temperatura global, 1.1°C acima da meta estabelecida pelo Acordo de Paris. “Nós estamos no caminho certo, mas ainda é necessário muito trabalho para impulsionar soluções que já fazem sentido econômico”, disse o líder de economia energética da BNEF, Matthias Kimmel.
Para atingir os objetivos de descarbonização, seria necessário quadruplicar as instalações de geração renovável até 2030, além de grandes investimentos em captura de carbono e armazenamento, tecnologia nuclear e hidrogênio.
O estudo ainda assinala que mais de 40% da capacidade de energia nuclear necessária para esse cenário de descarbonização já existe, mas menos de 10% do total de eólica e solar estão instaladas, enquanto os eletrolisadores utilizados para a produção de hidrogênio verde são praticamente inexistentes.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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