Hidrogênio verde pode consolidar Brasil como protagonista na transição energética global

Absolar avalia que plano de trabalho trienal do Programa Nacional de Hidrogênio representa um passo importante, mas poderia ser mais ambicioso

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O plano de trabalho trienal (2023-2025) do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), lançado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), é um passo importante para criar condições para consolidar o Brasil como protagonista mundial na transição energética, avalia a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Leia mais: MME abre consulta pública sobre o plano trienal do Programa Nacional do Hidrogênio

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O plano contempla aspectos para o desenvolvimento do mercado, incluindo base tecnológica, infraestrutura e capacitação de mão de obra. A entidade destaca que a iniciativa traz diretrizes para planejamento energético, criação de arcabouço legal-regulatório, abertura e crescimento de mercado doméstico e de exportação e condições para cooperação internacional.

A Absolar projeta que o mercado global de hidrogênio vai crescer fortemente nos próximos anos, passando de um setor de US$ 110 bilhões em 2019 para mais de US$ 200 bilhões em alguns anos, e migrar de uma produção majoritariamente a partir de fontes fósseis para renováveis.

“Diversos países estão se movimentando no âmbito desse vetor energético, como solução de descarbonização das economias e dos processos produtivos e, por isso, a importância do Brasil se posicionar como um dos principais produtores, de forma sólida e rápida, tendo em vista a vocação do País para a produção de energia renovável competitiva e com escala, além de seu grande potencial de demanda doméstica”, comentou a vice-presidente de Investimento e Hidrogênio Verde da Absolar, Camila Ramos.

“Outro ponto importante do plano é o mapeamento e estudo da competitividade da cadeia de valor do hidrogênio de baixo carbono, inclusive como forma de identificar oportunidades e gargalos para o Brasil e de identificar políticas públicas para incentivos”, acrescenta a especialista.

Pontos de atenção

O coordenador da força-tarefa de Hidrogênio Verde da Absolar, Eduardo Tobias, acredita que o plano poderia ser mais ambicioso em seu planejamento trienal, sobretudo nas metas de descarbonização da economia brasileira e a contribuição para a transição energética global.

“O texto apresentado tem uma abordagem agnóstica em relação às rotas de produção do hidrogênio, inclusive trata de forma agnóstica o hidrogênio verde e o hidrogênio cinza [a partir do gás natural sem captura de carbono]. Esse fato preocupa a associação pois pode incentivar e alocar recursos para rotas de produção que não contribuem para a descarbonização da economia”, apontou Tobias.

Além disso, a Absolar alerta que o plano não prevê no próximo triênio o estabelecimento de metas de produção e consumo do H2V. Também não considera medidas objetivas e concretas para fomentar o consumo do combustível de origem renovável nos próximos anos, em substituição ao atual consumo doméstico do hidrogênio e derivados (e.g. amônia e metanol), produzidos a partir de combustíveis fósseis e, em grande medida, importados.

“Neste sentido, a Absolar mobilizará seus mais de 120 associados atualmente engajados na Força Tarefa de H2V para avaliar, em detalhe, a proposta do Plano Trienal e contribuir, no âmbito na Consulta Pública nº 147 do MME, com propostas de aperfeiçoamentos e no complemento das ações apresentadas”, concluiu Tobias.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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