Candidatos ao comando do Congresso sabem da importância do marco da geração distribuída
Segundo o relator do PL 5829/19, deputado Lafayette Andrada, marco legal da GD está na agenda dos parlamentares que disputam as presidências do Congresso


A mudança no comando da Câmara e do Senado não deve impactar o avanço da votação do marco de geração distribuída. As tratativas indicam que a proposta deve ser votada no início de 2021. Segundo o relator do PL 5829/19, deputado Lafayette Andrada (Republicanos – MG), o tema está na agenda dos candidatos que disputam as presidências do Congresso. Até agora, na Câmara, os deputados Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) estão colocados na disputa.
“Os candidatos que estão colocados são bastante preparados e sabem da importância da matéria”, afirmou o deputado ao Portal Solar. Lafayette afirmou que a votação da proposta “mais do que uma expectativa, é uma necessidade”, disse.
“O PL tem importantes vantagens. A principal é impulsionar a geração distribuída conferindo segurança jurídica com clareza para o setor. Há um aspecto importante também que é estabelecer uma legislação capaz de democratizar a utilização da energia solar no Brasil”, afirmou.
O deputado disse ainda que o substitutivo do texto atual, de autoria do presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Sila Câmara (Republicanos - AM) divide os geradores de energia solar MMGD em 4 categorias com tratamentos distintos:
- Minigeração remota (Fazendas solares);
- Minigeração remota compartilhada (fazendas coletivas, divididas em residencial e comercial);
- MicroGeração local;
- Minigeração remota iniciada pagando integralmente a parcela B das distribuidoras.
No caso da minigeração remota compartilhada comercial, a proposta se inicia com pagamento de 50% de Fio B, e de forma escalonada progressivamente ao longo de 10 anos pagará integralmente o fio B.
Já na minigeração remota compartilhada, o pagamento começa em 10% do fio B e de forma escalonada progressivamente ao longo de 10 anos pagará integralmente o fio B.
A microgeração local inicia pagando 10% do Fio B, e de forma escalonada progressivamente ao longo de 10 anos pagará integralmente o fio B. Caberá à CDE custear o complemento do valor da parcela fio B de forma decrescente ao longo do período até zerar a complementação.
Usando como base os dados da Aneel para produção de energia solar MMGD até 2032, incidindo as normas do PL, a economia estimada em todo o período será de R$ 37,8 bilhões para o conjunto do sistema. No mesmo período, haverá incentivo decrescente que, somados a todos os anos, totalizarão R$ 3,52 bilhões.
Segundo o deputado, as normas atuais impedem que as camadas sociais menos favorecidas tenham acesso a energia solar (quase 90% das residências do país). Já o novo conceito de minigeração compartilhada permitirá à população de poder aquisitivo mais baixo ter acesso à energia solar. “O PL vai popularizar a utilização da energia solar no Brasil”, reforçou o relator.

Thiago Nassa
Jornalista com mais de 25 de experiência em comunicação corporativa para o setor elétrico e demais segmentos econômicos. Possui trabalhos desenvolvidos em empresas e entidades como ABSOLAR, Abraceel, Portal Solar, Solar Group, Abrager, Abetre, Win Energia, Alstom, Asea Brown Boveri (ABB), Grupo Accor, Grupo Solví, Editora Segmento, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Nove de Julho (Uninove) e Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Foi professor de comunicação corporativa e assessoria de imprensa pela FMU e UnG e autor do livros "Energia Livre" e "Reconhecimento que Gera Valor". É ganhador de dois prêmios da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) como responsável por publicações organizacionais.
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