IMEA aponta aumento das emissões de gases do efeito estufa

Relatório aponta os impactos ambientais decorrentes da privatização da Eletrobras

IMEA APONTA AUMENTO DAS EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA
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O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) elaborou um relatório que mostra que a privatização da Eletrobras e acionamento das térmicas a gás aumentarão as emissões anuais de gases de efeito estufa, com um acréscimo de 17,5 MtCO₂e ou um aumento percentual de 32,7% em relação às emissões de todo o setor elétrico registradas em 2019.

Segundo o relatório, esse aumento das emissões é resultado da inserção de 8 GW em usinas termelétricas a gás natural previstas pela Lei 14.182 (Medida Provisória nº1.031/21), que estão escalonadas entre os anos de 2026 e 2030, atingindo o pico entre os anos de 2030 e 2040 quando todas estiverem em operação.

Os fatores de capacidade considerados são de 70% (mínimo previsto) e de 80%, de acordo com as simulações realizadas com base em dados do Plano Decenal de Expansão 2030 (PDE 2030) e os cenários que consideram a contratação de usinas termelétricas inflexíveis.

Para o coordenador de projetos do IEMA, Ricardo Baitelo, a proposta conflita com o cenário global de transição energética, especialmente com o atual cenário de risco de racionamento.

“As térmicas previstas no texto da Medida Provisória aprovado inicialmente aumentaram no texto sancionado, incluindo mais 2 GW de termelétricas a gás no Sudeste. Os impactos referentes às emissões e a potencial restrição de operação de fontes renováveis foram intensificados, apontando um caminho ainda mais prejudicial ao meio ambiente e às contas de luz de todos os consumidores”,  destaca Baitelo.

O IMEA mostra que a MP privilegia a matriz térmica em detrimento das fontes renováveis, como eólica e solar. Por conta disso, haverá diminuição de cerca de 18.000 MW de capacidade instalada, sendo que 12.000 MW seriam provenientes de usinas eólicas e 3.500 MW de solar fotovoltaicas.

“A geração termelétrica por combustíveis fósseis deve ser continuamente reduzida nas próximas duas décadas de modo a descontinuar totalmente este tipo de geração até 2050. No entanto, a Medida Provisória prevê a geração termelétrica até pelo menos 2045”, ressalta Ricardo.

O relatório aponta que a obrigatoriedade da contratação de usinas termelétricas inflexíveis é passível de questionamentos técnicos, ambientais e econômicos. Nesse sentido, a contratação de térmicas inflexíveis não é o caminho mais adequado para reduzir o risco futuro de racionamento.

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Adonis Teixeira

Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.

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