Geração de energia solar cresce 33,2% no Brasil em março
Dados da CCEE mostram que a fonte fotovoltaica produziu 4.227 MWmed no período, ante 3.17 MWmed no mesmo mês de 2024


A geração de energia solar fotovoltaica no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 33,2% em março, para 4.227 megawatts médios (MWmed), ante 3.174 MWmed no mesmo período de 2024, mostra o boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No levantamento, são consideradas apenas as usinas de geração centralizada.
As eólicas e térmicas também apresentaram incremento no mês, com avanços de 48,6% e 1,5%, respectivamente. Na mesma base de comparação, as hidrelétricas registraram queda de 6,2% na geração de energia elétrica. No total, a produção de energia no SIN registrou 78.896 MW médios, aumento de 2,3% em relação ao igual período anterior.
Consumo
De acordo com a CCEE, o consumo de energia elétrica no SIN apresentou alta de 1,1% no consumo de energia elétrica, segundo dados prévios de medição da CCEE, registrando 74.507 MW. O Ambiente de Contratação Livre (ACL), apresentou alta de 1,5%, enquanto o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) avançou 0,8%.
Os estados do Maranhão (9,8%), Pará e Acre (6,5%), Rio Grande do Sul (6,3%) e Santa Catarina (6,1%) apresentaram as maiores altas, enquanto Amapá (-11,5%), Rondônia (-9,3%), Alagoas (-8,6%) e Mato Grosso do Sul (-8,2%) as maiores quedas.
Entre os ramos, extração de minerais metálicos (16,4%) e saneamento (7,8%) apresentaram as maiores altas, enquanto manufaturados diversos (-7,6%) e transportes (-5,4%) as maiores quedas.
Reservatórios
Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou os resultados das projeções para atendimento energético até o final de setembro de 2025. As projeções de afluência no período de abril a setembro estão abaixo da Média de Longo Termo (MLT), tanto no cenário inferior (63% da MLT), como no superior (85% da MLT). O ONS tem acompanhado os desdobramentos das condições apresentadas.
“Estamos verificando, desde fevereiro, uma redução nas projeções de afluência e um final antecipado do período úmido”, afirmou o diretor de Planejamento e diretor-geral do ONS em exercício, Alexandre Zucarato.
“Ainda que os níveis de energia armazenada estejam adequados e aderentes ao período, o ONS tem adotado uma política operativa que busque preservar os recursos hídricos, em particular no subsistema Sul, que está passando por uma estiagem severa. Se houver necessidade de ações adicionais, elas serão propostas.”
Medidas para redução do curtailment
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) solicitou que seja apresentado o plano de ação proposto pelo Grupo de Trabalho que foi criado para mitigar os cortes de geração. A ação visa obter contribuições para o documento, que foi construído com base em manifestações das associações e instituições setoriais, contemplando medidas de curto, médio e longo prazo.
Leia mais: Cortes na geração solar e eólica somaram 400 mil horas em 2024
Uma das ações debatidas e apresentadas pelo ONS teve o seu caráter estratégico reconhecido pelo CMSE: os estudos para os aprimoramentos dos atuais modelos de Sistemas Especiais de Proteção (SEPs). A nova lógica permitirá o aumento da transferência de energia entre Norte-Nordeste-Sudeste/Centro-Oeste. A medida visa aumentar o aproveitamento da geração renovável do Nordeste.
Em complemento a este ponto, o CMSE solicitou que o operador desenvolva um estudo para a adoção de critérios mais flexíveis de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN). O material, a ser apresentado na reunião ordinária de junho, deve apresentar uma avaliação risco-retorno dos potenciais cenários e apontar como o maior escoamento de geração eólica e solar do Nordeste pode contribuir para a preservação de recursos hídricos e para o atendimento da demanda máxima.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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