First Solar avalia construção de nova fábrica para atender crescimento do mercado global a partir de 2022
Companhia espera atingir cerca de 8GW de capacidade de fabricação de módulos “Series 6” ao final de 2021


A First Solar avalia a construção de uma nova fábrica de módulos para atender expectativas de crescimento do mercado global a partir de 2022. A empresa está promovendo expansões de capacidade em suas duas fábricas no estado de Ohio, nos Estados Unidos, onde são produzidos módulos da Series 6. Após a conclusão desses processos, a companhia avalia diversas locações no mundo para a construção da nova planta.
Na teleconferência de divulgação dos resultados do terceiro trimestre, a First Solar apontou que a fábrica 1 de Ohio estava operando em um nível de utilização da capacidade de 109%, enquanto Ohio 2 chegou ao patamar de 121% entre setembro e outubro.
A companhia espera contar com cerca de 8GW de capacidade de fabricação de módulos “Series 6” ao final de 2021, com a fábrica na Malásia passando a produzir o equipamento no primeiro trimestre do ano. Porém, a empresa já tem 6.75GW de entregas contratas em 2021 e registrou 1.6GW de novos negócios apenas no terceiro trimestre de 2020. A estimativa é que as oportunidades a partir de 2022 possam ultrapassar 16GW.
Durante a teleconferência, o CEO da First Solar, Mark Widmar, indicou que a nova expansão de capacidade pode ocorrer na Alemanha e na Índia, pois uma nova ampliação nos EUA não possibilitaria custos de produção reduzidos.
A Alemanha é levada em consideração em razão da companhia ter operado anteriormente duas plantas no país, e também pelo Acordo Verde da União Europeia e a meta de descarbonização da economia até 2050, o que traria apoio de longo prazo para instalações fotovoltaicas.
O executivo também fez referência a baixa pegada de carbono dos painéis de Telureto de cádmio (CdTe) de filme fino, tecnologia utilizada na Series 6, e os impactos dos custos de embarques na era dos módulos de tamanho grande, que afetam negativamente em 6% as margens brutas
“Dessa forma, ficar próximo ao mercado e reduzir nossos custos de frete é uma vantagem que continuaremos a procurar”, explicou Widmar. “Estar em um mercado que pode consumir de 2.5 a 5GW de volume de maneira recorrente seria importante. Essas são os diferentes fatores que levamos em conta quando pensamos em uma expansão.”
O executivo também notou que o desempenho operacional de longo prazo de módulos CdTe se beneficia melhor do clima de regiões quentes e úmidas, como a índia, na comparação com módulos convencionais poli ou monocristalinos.
Saiba mais: Energia limpa
A First Solar construiu, operou e vendeu usinas fotovoltaicas de geração centralizada na Índia por muitos anos, mas não estabeleceu presença fabril no país, que também possuí metas de instalação solar de longo prazo e tenta implementar políticas de apoio a fabricação de equipamentos e limitar as importações.
“Procuramos mercados onde nossa tecnologia teria vantagens. Locais com clima quente e úmido seriam atrativos, por exemplo. Novamente, estar próximo ao mercado e reduzindo custos de transporte e logística para acessar esse mercado é importante”, afirmou Widmar.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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