Pesquisa revela os desafios das mulheres no mercado de energia solar

A maior parte de quem passou por situações de discriminação, assédio ou outras formas de violência as percebeu, mas não se sentiu segura o suficiente para denunciar

ELISANA MOTA
Elisana Mota, instaladora de sistemas fotovoltaicos. Estava há 18 meses sem emprego fixo.

Uma pesquisa realizada pela C40 Cities Finance Facility (CFF), em parceria com a Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar (Mesol), identificou que a maioria das mulheres (92,8%) que atua no setor fotovoltaico enfrenta algum tipo de discriminação ou preconceito, sendo o machismo e a desconfiança do trabalho executado apontados como algumas das principais dificuldades a serem combatidas, especialmente em áreas como ciência, tecnologia e engenharia.

Apenas 6,4% das mulheres disseram que não enfrentaram alguma barreira e 0,8% preferiram não opinar.  O levantamento contou com a participação de 251 profissionais. 

O machismo e o preconceito foram citados por 20% das entrevistadas e reconhecimento ou respeito figurando em 19,1% das respostas. “Isso demonstra a influência das normas de gênero na formação da noção do que são trabalhos desejáveis para homens e mulheres, resultando em grandes desigualdades para inserção de meninas e mulheres nas carreiras relacionadas ao desenvolvimento do setor”, destaca o estudo.

Também foram mencionadas como barreiras o fato do setor ser predominantemente masculino (15,5%), poucas oportunidades para se inserir no setor (10%), capacitação insuficiente (9,1%), falta de incentivo (4,2%) e assédio e violência de gênero (2,4%).


Veja o relato de Elisana Mota, de 50 anos, que estava há 18 meses sem emprego fixo quando recebeu o convite para instalar painéis solares



A pesquisa aponta que 57% das respondentes já sofreram algum tipo de violência, com destaque para a psicológica (47,4%). A maioria (71,7%) afirmou ter sido discriminada em seu ambiente de trabalho, com destaque para a discriminação baseada em questões de gênero.

A maior parte de quem passou por situações de discriminação, assédio ou outras formas de violência as percebeu (65,8%), mas não se sentiu segura o suficiente para denunciar ou para fazer uma reclamação formal. Mesmo diante desse cenário, 41% das organizações do setor não possuem políticas ou ações voltadas para o combate à violência de gênero.

Além dos obstáculos e desafios, as mulheres foram questionadas pela pesquisa sobre o que querem ou precisam para se desenvolver profissionalmente no setor de energia solar. As respostas apontam para capacitação profissional (38,1%), igualdade de oportunidades (18,6%), credibilidade, reconhecimento e respeito (9,6%) e desenvolvimento no setor (7,7%).

O estudo ainda analisou dados coletados em 2019, e constatou que a mão-de-obra feminina é ligeiramente mais jovem do que a masculina, com quase 60% das mulheres com idade entre 25 e 39 anos, o que evidencia que muitas mulheres em início de carreira estão optando pelo mercado de renováveis e energia solar. Observou-se que, embora as mulheres tendam a ser mais escolarizados que os homens no setor, os profissionais do gênero masculino ganham em média 31% a mais que suas colegas de trabalho.

Em sua conclusão, o estudo aponta para a necessidade do desenvolvimento de programas e ações que ofereçam condições equânimes às trabalhadoras. “Dentre essas, está a oferta de capacitações na área técnica, gestão de empresas, liderança e empreendedorismo, ministradas, preferencialmente, por outras mulheres. Fomentar a participação de mulheres negras, de baixa renda, transgênero e outras minorias, tornará o setor mais inclusivo e diverso”, destaca. 

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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Ariane Locatelli

Jornalista formada pela Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, com experiência em telejornalismo, agência de comunicação e mídias sociais. Por quase uma década, trabalhou como repórter e produtora da TV Globo São Paulo, Brasília e afiliadas. Atuou ainda como assessora de imprensa de entidades do setor elétrico.

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