Mercado de GD tem maior rotatividade de profissionais, aponta Select
Pesquisa inédita foi realizada entre 16 de abril e 15 de maio de 2021, e contou com 24 empresas com atuação em diversos negócios do mercado de energia elétrica


O mercado de geração distribuída apresentou maior rotatividade de profissionais entre os segmentos do setor elétrico, seguido dos negócios de comercialização e consultoria técnica. A informação é fruto da pesquisa sobre turnover e absenteísmo no mercado de energia elétrica, promovida pela consultoria de recrutamento e seleção especializada Select Humans For Energy. O resultado considera a média anual calculada com base em dados de 2017 e 2020. A pesquisa inédita foi realizada entre 16 de abril e 15 de maio de 2021, e contou com 24 empresas com atuação em diversos negócios do mercado de energia elétrica.
O turnover é a taxa de rotatividade de colaboradores de uma empresa, ou seja, o número de profissionais que entraram e saíram no período. Em 56% das empresas os índices de turnover ficaram acima de 10% ao ano. Em 2020, esse índice chegou a 14,68%. O aumento na rotatividade no ano passado pode ser explicado por mudanças nas estruturas e/ou fechamento de unidades durante a pandemia de covid-19.
"Houve aumento significativo nas demissões em 2020, refletindo o momento de pandemia. O aumento dos pedidos de demissão acompanhou a expansão da geração e comercialização. Nos casos de demissão por justa causa o maior motivador foi o descumprimento de procedimentos de segurança, mostrando a atenção do mercado para o tema", aponta a pesquisa.
Segundo a consultora sênior Select, Débora Rangel Celeti, uma das surpresas identificadas foi saber que as empresas não têm um controle completo do índice de rotatividade dos colaboradores. "Eu já fui de RH e sei que para manter esses KPIs atualizados precisa de uma equipe dedicada. As vezes são empresas que não têm estrutura para fazer isso e os gestores acabam deixando essa tarefa para um segundo momento", explicou.
O mercado de geração distribuída está em crescimento acelerado no Brasil, porém ainda está em fase inicial de amadurecimento, o que pode explicar a alta rotatividade. O Portal Solar apurou que mais de 6 mil empresas de energia solar estão em funcionamento no Brasil, sendo mais de 4 mil negócios foram abertos entre janeiro de 2019 e maio de 2021, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Por outro lado, 561 CNPJs neste segmento encerraram os seus negócios nos últimos dois anos.
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A diretora presidente da Select, Luisa Blandy, disse em entrevista recente ao Portal Solar que o objetivo da pesquisa era entender as motivações da saída de profissionais no mercado de energia, como isso estaria ocorrendo nos diversos segmentos e quais são os impactos gerados no negócio.
Na época da entrevista, Blandy suspeitava que o segmento de comercialização figuraria entre os segmentos com maior turnover. De fato, logo depois do mercado de GD estão as comercializadoras (segmento que também está em acelerada expansão no Brasil), seguido por consultoria técnica. Outra conclusão da pesquisa é que o turnover é maior nas empresas com menos colaboradores.
Absenteísmo
A pesquisa também procurou medir o absenteísmo. O indicador é utilizado para medir a soma de ausências dos colaboradores no ambiente de trabalho. O absenteísmo pode ser por faltas, atrasos ou saídas adiantadas. Indica a porcentagem de horas perdidas no período.
De acordo com Celeti, uma taxa de absenteísmo de 2% é considerada alta e 1,5%, aceitável. Em 2020, a taxa foi de 2,31%, contra 1,57% em 2019. A suspeita é que a pandemia e a falta de controle de jorna no home office podem ter contribuído para o aumento desse índice.
"O resultado de cada um dos negócios das empresas depende das pessoas. Esses índices são estratégicos para acompanhar as contrações, o desenvolvimento da equipe, e a retenção desses profissionais. Tudo isso impacta em custo e na performance", disse a consultora da Select. "Essa pesquisa deu um norte para que o monitoramento desses índices seja feito de uma forma mais controlada", completou.

Wagner Freire
Jornalista com Bacharel em Comunicação Social pela FMU e pós-graduado em Finanças. Especialista com mais de 10 anos de experiência na cobertura do mercado de energia elétrica, tendo trabalhado no Estadão, CanalEnergia, Jornal da Energia, Revista GTD e DCI.
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