Portugal prepara novo leilão para instalar painéis solares flutuantes nas barragens
Governo aposta em alternativas para aumentar a capacidade de produção de energia fotovoltaica sem necessidade de ocupar terrenos


Após os leilões lançados em 2019 e 2020, o governo de Portugal quer aumentar ainda mais a capacidade de produção de energia solar e, para tanto, prepara um novo leilão para construção de projetos flutuantes em barragens.
Durante 2021, o governo fará os anúncios e divulgará as regras do certame com foco em sistemas de geração em superfícies não convencionais, designadamente os espelhos de água de represas hídricas.
A intenção é aproveitar o espaço não utilizado dos reservatórios para gerar eletricidade limpa e renovável. Já no ano passado, um dos assessores do secretário de Estado da Energia, João Galamba, tinha referido que "não é do interesse do governo" encher de painéis solares o Alentejo, região turística de Portugal que abriga dezenas de cidades. Na época, Galamba também tinha admitido a instalação de painéis nos separadores das rodovias, mas aparentemente esse objetivo fica posto de lado.
O executivo lembra que foi lançado, em 2019, o primeiro leilão em Portugal no qual foram ofertados 1400 MW de capacidade de geração. Em 2020, foi lançado um segundo leilão de atribuição de capacidade solar, com um total de 700 MW de capacidade. Este segundo certame revelou-se um sucesso, com Portugal registrando um novo recorde mundial com o mais baixo preço de energia solar registado, assinalando-se ganhos para os consumidores na ordem dos 559 milhões de euros a 15 anos.
Portugal vem apostando na inovação e nas centrais de energia renovável. Uma delas foi instalado em uma grande plataforma de energia solar flutuante, localizado no mar, a 20 quilômetros da costa de Viana do Castelo. O custo do projeto foi de 60 milhões, que serão financiados pelo Banco Europeu de Investimento.
Os responsáveis pelo projeto garantem que este é pioneiro e mundialmente inovador, com previsões de custos de 65 euros por MWh para a construção desta central. O presidente da EDP Renováveis acredita que o projeto torna a energia solar ainda mais competitiva. Ao todo, a construção do projeto terá duração de três anos e um custo final de 125 milhões de euros.
Especialistas apontam que a tecnologia das plataformas solares flutuantes irá contribuir diretamente para o progresso da indústria de energias renováveis europeia, com novas oportunidades de negócio para os players do setor. Estas usinas trazem diversos benefícios, como, por exemplo, prevenir o crescimento de algas nas áreas represadas e evitar a evaporação da água em períodos mais quentes. Também, não existe a necessidade de gastos com a preparação do piso ou solo para instalação das estruturas de painéis solares.
Portugal teve sua primeira central fotovoltaica combinada de hidro e flutuação instalada entre os anos de 2016 e 2017 na Barragem do Alto Rabagão. De acordo com a empresa que instalou os painéis flutuantes, o sistema tem capacidade instalada de 220 quilowatts no pico (kWp) e produz 300 MWh anualmente.
De acordo com declarações de membros do governo, a indústria portuguesa que atua com energias renováveis oceânicas pode ter um mercado potencial de 59 mil milhões de euros até 2030.

Cristiane Pinheiro
Jornalista, formada pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, com quase 30 anos de experiência no segmento de Comunicação. Tem especializações em jornalismo impresso pelo Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado, do Grupo O Estado de S. Paulo, e em televisivo pela Rede Globo de Televisão, São Paulo, e pelo Senac – Centro de Comunicação e Artes. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 10 anos.
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