Agronegócio é o terceiro segmento que mais investe em energia solar no Brasil
Aumento da procura pela tecnologia é motivada pela demanda por redução das despesas com eletricidade e a necessidade de aumento do cultivo


A energia solar é uma grande aliada dos produtores rurais por oferecer diversos benefícios, especialmente a redução dos custos com energia e o aumento produção, que geram maior competitividade ao setor. Não é à toa que o agronegócio é o terceiro segmento que mais investe em energia solar no Brasil, depois das residências e do setor de comércio e serviços, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O segmento rural já investiu R$ 3,4 bilhões em sistema de geração própria de eletricidade, o que equivale a 13% dos investimentos feitos nessa modalidade. São 32 mil sistemas em propriedade rurais, gerando energia elétrica para 47 mil produtores.
Um estudo da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) apontou que, com a energia solar, a conta de luz pode quase zerar ou ficar entre 80% e 95% menor. O economista da Faep, Luiz Eliezer Ferreira, destaca que hoje existem diversas linhas de crédito com juros mais baixos, como o financiamento oferecido pelo Banco do Agricultor Paranaense, que disponibiliza até R$ 500 mil com taxa zero para a agricultura familiar, e outras linhas com juro de cerca de 3% a 5% ao ano.
Os produtores correm contra o tempo na busca por energia renovável mais barata, uma vez que o governo avalia acabar com o desconto de 60% da tarifa rural noturna, válida para energia elétrica consumida por estabelecimentos rurais entre 21h30 e 6h. A previsão é que a tarifa diferenciada permaneça apenas até o final de 2022. O sistema foi instituído pela lei estadual 1.9812, de fevereiro de 2019, que criou o Programa da Tarifa Rural Noturna. A Faep trabalha para a extensão desse prazo para que os produtores tenham um tempo maior de investir em outras fontes.
Segundo o economista da Faep, uma usina solar é capaz de produzir energia o ano todo, mesmo em épocas frias e em dias nublados. No Paraná, as regiões Oeste e Norte são mais indicadas para o uso das placas fotovoltaicas pela grande incidência de raios solares. “As regiões Centro-Sul e Litoral, por incrível que possa parecer, têm baixa incidência de luz solar. Já nas regiões mais frias, a produção cai, mas não zera”, afirma.
Ferreira afirma que, apesar do Paraná ser considerado uma região mais fria no Brasil, tem 60% mais incidência solar que a Alemanha, um dos países que mais gera energia solar no mundo.
Desenvolvimento e produtividade
Em maio de 2020, Diener Gonçalves Santana, que cria frangos em Cianorte, no noroeste do Paraná, instalou uma usina solar na propriedade. A energia é usada para o aquecimento e resfriamento dos galpões onde ficam os frangos, para o bombeamento de água e iluminação de toda a propriedade. Hoje, ele paga a tarifa mínima de luz, de R$ 70 por mês. Antes esse valor mensal era de R$ 5 mil.
Em Tomazina, no Norte Pioneiro, a 368 km de Cianorte, o pequeno produtor de leite João Alves Gonçalves Neto também está economizando no custo com energia elétrica. Antes a conta de luz era cerca de R$ 2 mil por mês e com a energia solar caiu para R$ 50,00. Além de abastecer toda a propriedade, as placas solares geram energia para o resfriamento do leite e para a manutenção da temperatura adequada para 50 vacas holandesas que produzem 1.300 litros de leite por dia, transformados em queijo num laticínio da região.

Adriana Dorante
Jornalista formada pela Universidade Santa Cecília (Santos), com especialização em jornalismo econômico pela PUC/SP. Trabalhou como repórter de economia em grandes veículos de Comunicação, como DCI e jornais regionais em Campinas. Realizou trabalhos em comunicação institucional (publicações impressas e digitais) e assessoria de imprensa para entidades e empresas de diferentes segmentos em São Paulo. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 5 anos.
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