Trinasolar prevê retomada do mercado solar brasileiro em 2026

Fabricante avalia que curtailment e mudanças de ex-tarifários trouxeram insegurança para investimentos em 2025 e espera ambiente mais estável no próximo ano

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Divulgação

A Trinasolar prevê uma retomada do mercado de energia solar brasileiro em 2026, com um ambiente mais estável para investimentos em projetos de geração distribuída e centralizada. Fabricante avalia que insegurança jurídica decorrente de mudanças de ex-tarifários e do curtailment atrapalhou o setor no primeiro semestre de 2025.

“Eu enxergo que 2026 vai ser um ano de retomada, principalmente para os projetos de utilities”, declarou o public affairs & business development director Latam da Trinasolar, Daniel Pansarella. Em entrevista concedida ao Portal Solar durante a Intersolar South America, o executivo falou do atual momento e das perspectivas para os segmentos de geração distribuída e geração centralizada no Brasil.

“O ano de 2025 está sendo bastante difícil, com muita insegurança jurídica. Tivemos uma onda de mudanças de ex-tarifários, aumento de alíquota de importação, curtailment e inversão de fluxo. Acho que foram muitas coisas de uma vez e trouxe insegurança para o mercado”, detalhou.

O curtailment, também conhecido como constrained-off, é um termo que se refere a cortes de usinas renováveis impostos pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) por razões de infraestrutura, instabilidade na rede e diferenças entre oferta e demanda. Esses episódios tornaram-se mais frequentes nos últimos dois anos, causando prejuízos aos geradores solares e eólicos.

Leia mais: Cortes na geração solar e eólica somaram 400 mil horas em 2024

Definições

Pansarella explicou que os fabricantes de painéis solares apresentaram redução no volume de vendas e que o cenário não se repetiu em outros mercados da América Latina. “Os fabricantes todos encolheram o volume de vendas, caiu 80% em relação ao volume previsto. Isso não aconteceu no resto da América Latina, o que mostra que o problema não é o mercado, mas questões locais que inviabilizaram a confiança dos investidores.”

Ele também destacou que a taxa de juros Selic em patamar de 15% também contribuiu para dificultar o desenvolvimento de projetos no país. “Com isso, o setor solar acabou passando por algumas dificuldades no primeiro semestre. Mas temos observado que o segundo semestre já deu uma arrancada.”

Na avaliação do executivo, o mercado de geração distribuída demonstrou aquecimento já no terceiro trimestre, enquanto o segmento de geração centralizada aguarda definições regulatórias, especialmente relacionadas a aprovação da Medida Provisória (MP) 1.304, que deve incluir temas como o curtailment e abertura do mercado livre, anteriormente discutidos na MP 1.300.

“Assim que houver uma solução para a MP 1.304, acredito que os projetos de utilities vão começar a se movimentar novamente. Também acredito que quando houver uma estabilizada em relação a taxa de juros, irá ajudar a dar viabilidade econômica. O ano de 2026 deve trazer bons ares ao mercado”, disse Pansarella.

A MP 1.304 deve passar a concentrar as propostas de reforma do setor elétrico originalmente incluídas na MP 1.300 em razão do prazo maior de apreciação da matéria pelo Congresso, que vai até 7 de novembro.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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