Sebrae: 15 mil empresas foram abertas para atuar com energia solar em 2021
Especialistas dão dicas sobre como atuar em um negócio que envolve tecnologia, autoprodução de energia limpa e renovável, e está em expansão no Brasil


Dados coletados pelo Portal Solar junto ao Sebrae, analisando as Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) mais usados para abertura de empresa no mercado de solar, mostram que no primeiro semestre de 2021 mais de 15 mil CNPJs foram ativados para atuar no mercado de energia solar. A reportagem conversou com especialistas para entender os desafios de empreender nesse novo mercado em ascensão no Brasil.
Antes de abrir qualquer negócio, existem alguns cuidados fundamentais que precisam ser tomados para evitar uma falência prematura. No levantamento junto ao Sebrae, as micro e pequenas empresas lideram os "pedidos" e as "falências decretadas", com mais de 3 mil empresas fechadas de um total de 4 mil no primeiro semestre deste ano.
O responsável pelo setor de energia solar do Sebrae-MG, Diogo Lisboa, salienta que o planejamento é fundamental para o futuro de qualquer negócio. Ele também recomenta atenção a volatilidade do mercado, acompanhar tendências e entender o ambiente regulatório.
“O planejamento no momento inicial é crucial para perenidade do negócio. O empreendedor deve pensar no aspecto financeiro, levando em consideração os custos fixos e variáveis para manter o seu negócio, o capital de giro que será utilizado para manter a saúde financeira da empresa e o preço praticado junto ao cliente”, desta o especialista.
Com 2 meses de atuação e oito funcionários, a fornecedora de geradores de energia solar Bold Energy, empresa de Chapecó (SC), forneceu 500 quilowatts (kW) e já sonha com o primeiro megawatt (MW).
Segundo os sócios-fundadores Jose Vitor Salm e Marcelo Jose Malacarne Baseggio, a previsão é faturar R$ 60 milhões nos primeiros 12 meses. “Nosso plano de negócio foi extremamente rápido, em duas semanas nós já iniciamos a empresa. Se você fica muito no papel, só fazendo contas, você não assume o risco do negócio. É preciso arriscar um pouco também”, disse Castelli.
Estratégias variadas
Segundo Baseggio, com a pandemia, a digitalização aumentou o crescimento de vendas pelas mídias sociais, não necessitando de um representante no local. "Então se você pensa em atuar com GD, atendendo o cliente final, oferecendo sistema, instalando, projetos, não é um investimento tão alto. Agora, se você vai atuar com distribuição, aí o investimento é maior”, disse.
O ex-piloto de fórmula Indy, Alexandre Sperafico, abriu a Enerzee em 2016, em Mato Grosso. Com foco em democratizar o acesso à energia solar no Brasil, a empresa já instalou 500 sistemas (27 MW), com potencial de ultrapassar os 50 MW até o final de 2021. A previsão é faturar R$ 100 milhões neste ano.
“Eu fui um dos pioneiros como usuário de energia solar no meu estado. Meu projeto foi o de número 78 no Mato Grosso. Naquela época, logo depois que eu instalei o sistema, eu recebi algumas informações sobre esse mercado”, contou o ex-piloto.
Sperafico traçou uma estratégia de venda um pouco diferente da praticada no mercado solar.
“Criamos um sistema onde não temos a figura do vendedor contratado propriamente dito. Então, temos pessoas que querem participar do mercado de energia solar e que se tornam consultores através da aquisição de um próprio sistema. Criamos uma regra de jogo para trazer nosso cliente para dentro da empresa, para que ele se torne um agente de venda e de transformação. É um caminho diferente que optamos por trilhar dentro do mercado de energia solar. E temos obtido bastante sucesso com esse modelo de negócio”, explicou o empresário.
Franquia de energia solar
As franquias são empresas que fazem parte de uma cadeia de uma mesma marca e que possuem direito de representar e comercializar os produtos que fazem parte dessa rede. A principal vantagem desse modelo de negócio é que ele já foi testado em diversos limites pela franqueadora. Dessa forma, o franqueador deve seguir as diretrizes estabelecidas pela matriz, para alcançar o sucesso esperado.
Escolher uma franquia de energia solar ou abrir sua própria empresa foi outro ponto levantado pelo sócio da Bold. Caso o interessado em abrir um negócio esteja empreendendo pela primeira vez, não conhece ou não entende o mercado de energia solar, o melhor caminho é abrir uma franquia.
“Essa é uma alternativa interessante, visto que você nunca empreendeu, não conhece o mercado, a franquia é a melhor opção. A franquia tem um know-how capaz de encurtar os caminhos", aconselhou Baseggio.
Na hora de escolher o modelo de negócio de uma determinada franquia para investir, não se pode avaliar apenas o investimento inicial para abertura do negócio. Escolher uma franquia de energia solar que se enquadre no seu perfil profissional fará toda a diferença na performance e resultado do negócio.
“Então é bom ficar atento ao nível de conhecimento da franqueadora sobre esses produtos e/ou serviços, o nível do suporte oferecido ao franqueado, as taxas cobradas (como royalties e taxa de propaganda). São pontos importantes na hora de escolher a franquia”, alertou Lisboa, do Sebrae-MG.
O Sebrae Minas tem centralizado esforços na construção de inteligências para o mercado de energia solar, de maneira que facilite a tomada de decisão de quem queira ingressar ou para quem já esteja atuando.
“O papel do Sebrae é de apoiar as micro e pequenas empresas que atuam na cadeia de energia solar fotovoltaica por meio do suporte empresarial, de maneira que as empresas se tornem mais competitivas, além de contribuir com o desenvolvimento econômico local, melhorando o ambiente de negócios onde essas empresas estão instaladas”, destaca Lisboa.
Lisboa recomenda que os empreendedores entendam bem os custos do negócio, tenham reserva financeira para momentos de instabilidade do mercado, fiquem antenado às mídias digitais, tenham um preço competitivo, conheçam bem a região de atuação, o público-alvo, os concorrentes, forneçam serviços diferenciados prezando pela qualidade e a fidelização. Essas são algumas dicas para ter sucesso como empresário e no mercado de energia solar.

Adonis Teixeira
Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.
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