Mercado de energia solar atraí indústria de estruturas metálicas

Companhias investem para atender crescente demanda por equipamentos de fixação para painéis fotovoltaicos

MERCADO DE ENERGIA SOLAR ATRAÍ INDÚSTRIA DE ESTRUTURAS METÁLICAS
Foto: Divulgação/Alfa

A expansão do mercado solar fotovoltaico tem atraído o foco de empresas de estruturas metálicas para atender a crescente demanda por equipamentos de fixação para painéis fotovoltaicos. A disparada de preços de matéria-prima e patamar elevado do dólar se apresentam como principais desafios para companhias do segmento.

A Brametal, fundada em 1976, atua no mercado solar desde 2014. Em entrevista ao Portal Solar, o gerente comercial Maurilio Hidalgo conta que, após se estruturar nos últimos anos para atender uma forte demanda do setor de transmissão, a fabricante entendeu que era preciso diversificar o portfólio para manter o nível de capacidade produtiva.

“Temos expectativa de ganhar uma fatia importante no mercado solar. Ajustamos nosso foco, entendemos que é um setor promissor com muita demanda. Estamos nos lançando como alternativa”, disse o gerente.

A Brametal anunciou em julho um investimento de R$ 7 milhões na construção de uma fábrica no complexo de Linhares (ES) dedicada a produção de produtos fotovoltaicos, como estruturas de fixação e rastreadores.

Hidalgo avalia que o maior desafio da empresa é criar uma reputação positiva especifica para esse segmento. “Somos tradicionais em transmissão, mas ainda não temos o mesmo nome na solar. Estamos avançando na geração distribuída para criar esse portfólio.”

Ele detalha que a companhia conta com 30 MWp de estruturas fixas já instaladas e espera atingir 10 MW em rastreadores fornecidos até o final do ano.

Outra companhia com trajetória semelhante é a Brafer. Em atividade desde 1976, a fabricante voltou atenções para o mercado solar em 2016, primeiramente por meio de uma joint-venture com a espanhola Nclave, e agora em voo solo desde o ano passado.

O diretor técnico Pasquale Garofani Tsingos conta que a empresa atua principalmente em geração distribuída (GD) e avalia que o mercado está bastante aquecido. “Estamos fazendo orçamento por todo o Brasil. Vemos maior concentração de investimentos em geração centralizada em Minas Gerais e Nordeste, enquanto a GD está mais espalhada por todas as regiões.”

Ele afirma que a companhia registrou crescimento de 20% no segmento fotovoltaico nos últimos dois anos. “Ainda é um desempenho tímido, mas estamos nos organizando, criando um histórico e fazendo nosso nome.”

Com foco total no mercado de estruturas para kits fotovoltaicos, a Solar Group contabiliza crescimento de faturamento próximo a 300% nos últimos anos e espera manter o desempenho em 2021. O diretor de marketing Pablo Larrieux detalha que, após um primeiro trimestre com resultados positivos, a empresa percebeu uma retração no mercado em abril, em consequências da nova onda de pandemia de Covid-19. “Com a aceleração da vacinação, notamos uma retomada desde julho. Acreditamos que essa tendência se mantenha até o final do ano.”

Especializada no mercado de GD, a Solar Group inaugurou uma fábrica no ano passado, localizada em Santana do Parnaíba (SP). “O crescimento do mercado tem sido fantástico e é muito complexo garantir a velocidade de fornecimento que o cliente demanda. Temos possibilidade de expandir a capacidade das fabricas atuais e também planejamos investimentos em automação das linhas”, disse Larrieux.

Câmbio e matéria-prima

O setor de estruturas metálicas tem como principais matérias-primas o aço e o alumínio, commodities internacionais sujeitas a forte variação de preços e efeitos da valorização do dólar. Da mesma maneira que outros equipamentos do mercado solar, esses itens entraram em uma trajetória de disparada dos custos desde o início da pandemia.

“O reajuste de matéria-prima tem sido um caos, muita volatilidade e falta de insumos. Vimos negócios recuarem por causa desse cenário”, contou Tsingos, da Brafer. Ele entende que, com o consumo dos Estados Unidos e China aquecidos, com uma forte retomada de investimentos em infraestrutura nos dois países, a tendência de alta deve se sustentar.

O executivo afirma que, atualmente, para desenvolver um projeto solar é necessário um investimento superior ao cenário anterior a pandemia. “Os componentes elétricos também estão mais caros. De qualquer forma, ainda vale a pena, porque o custo de energia também subiu, causando um efeito de compensação”, avalia Tsingos.

Hidalgo afirma que a Brametal tem um poder de compra robusto para garantir estoques de matéria-prima e ficar menos exposto aos reajustes. “Temos essa condição diferenciada para atender a demanda até o final do ano.”

Larrieux explica que a Solar Group tenta obter ganhos de eficiência, investindo em pesquisa e desenvolvimento, de forma a reduzir custos. Ele destaca que o repasse do preço é sempre a última opção, mas em algum momento, pode se tornar inevitável. “Sempre tentamos o possível para garantir propostas de valor atrativo.”

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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