Longi mira mercado de hidrogênio verde do Brasil
Uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, companhia chinesa também quer ser protagonista na indústria de eletrolisadores


A Longi acredita que o Brasil será um dos principais players globais na produção de hidrogênio verde e busca se posicionar para atender a futura demanda do país. Uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, a companhia chinesa também ambiciona ser uma protagonista na indústria de eletrolisadores.
“A Longi quer ser a número um em hidrogênio, assim como é em módulos fotovoltaicos”, disse o head utility Brazil da Longi, Gabriel Gonçalves, em entrevista concedida ao Portal Solar durante a Intersolar South America, realizada no final de agosto em São Paulo (SP).
O executivo afirmou que a empresa possui atualmente a maior capacidade mundial de fabricação de eletrolisadores, equipamento que permite produzir o hidrogênio por meio da separação de moléculas da água em hidrogênio e oxigênio através da eletricidade. Quando essa eletricidade é obtida por meio fontes renováveis, como a energia solar e eólica, o hidrogênio é considerado verde.
Leia mais: Hidrogênio verde deve criar mercado de US$ 1,4 trilhão até 2050
O hidrogênio verde e seus derivados (amônia, metanol e querosene sintético) são insumos considerados essenciais para a descarbonização de setores como a indústria e o transporte. Um estudo recente do Instituto Fraunhofer ISE apontou que o Brasil reúne condições para ter a produção mais barata do mundo, em razão a alta oferta de geração renovável e baixos custos de investimento.
Gonçalves detalhou que a Longi acredita que o Brasil será um grande player global do hidrogênio verde em razão da demanda local de fertilizantes e pelo papel como exportador para a Europa. “Esses dois fatores vão facilitar a implantação do hidrogênio verde no Brasil e estamos prontos para isso. Temos uma capacidade bem grande para atender esse mercado uma vez que ele amadurecer.”
Geração solar centralizada
O executivo também fez um panorama do atual momento do mercado de geração solar centralizada, composto por usinas de grande porte. Ele contou que o atual patamar baixo dos preços de energia, em razão das condições favoráveis dos reservatórios de hidrelétricas, tem dificultado a assinatura de contratos de longo prazo no mercado livre (PPAs).
“Apesar disso, ainda existem muito contratos que foram assinados há dois anos, quando o PLD [Preço de Liquidação das Diferença] estava mais alta, que ainda viabilizam o desenvolvimento de novos projetos. Isso vai permitir a entrega de usinas em 2023 e em 2024”, disse Gonçalves.
Leia mais: El Niño poderá aumentar preço da energia elétrica no Brasil em 2024
Ele acredita que poderá haver um impacto no mercado em 2025, caso os preços de energia permaneçam tão baixos. Porém, a perspectiva é que o cenário seja alterado. “Nunca teve tanta abundância de energia por tanto tempo. Imaginamos que isso pode mudar. Outro fator importante, os juros, já começara a cair. Acreditamos que novos tempos visão para esse setor.”

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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