Fábrica de trackers confirma aposta de longo prazo no Brasil, diz Trina

O investimento em uma fábrica de rastreadores solares no Brasil confirma a aposta de longo prazo da Trina no país, afirmou o vice-presidente para a América Latina da Trina Solar, Álvaro García-Maltrás. Em entrevista ao Portal Solar, o executivo demonstrou que a companhia chinesa acredita na continuidade do crescimento do mercado nos próximos anos.

“É verdade que o mercado de geração distribuída (GD) está mais parado esse ano, mas especialmente no segmento residencial. As classes comercial e industrial estão fortes, especialmente no segundo semestre”, disse García-Maltrás.

Ele avaliou que o setor de energia solar enfrentou um cenário de tempestade perfeita no Brasil em 2023, com alta de juros, mudanças regulatórias e preços baixos de energia. “Isso vai contribuir para o mercado se tornar mais eficiente. As empresas que não estão preparadas não vão continuar.”

“Depois que esse momento passar, nossa previsão é de que o mercado brasileiro vai continuar crescendo. A taxa de juros e os custos dos sistemas vão baixar e dificilmente os preços de energia vão seguir tão baixos. A aposta da Trina no Brasil é de longo prazo e esse investimento comprova isso”, destacou.

Fábrica na Bahia

A Trina Tracker anunciou no final de agosto a instalação de uma fábrica de rastreadores solares em Salvador (BA). A planta terá capacidade de produzir 2,5 GW, com possibilidade de expansão de acordo com o aumento da demanda. Além do Brasil, a companhia conta com produção de trackers apenas na China e Espanha.

A expectativa é que a operação seja iniciada até final do ano. De acordo com García-Maltrás, a decisão do investimento foi motivada pelo pleito de desenvolvedores de projetos de energia solar no Brasil. Para obter acesso a linhas de financiamento, é necessário que as usinas atendem requisitos mínimos de equipamentos com fabricação local.

Leia mais: Trina Tracker instala primeira fábrica de rastreadores solares no Brasil

“Esse investimento foi decidido no ano passado por uma razão sensível: nossos clientes requisitaram. A principal motivação é oferecer uma solução que permita o financiamento dos projetos com os bancos de desenvolvimento locais”, detalhou o executivo.

Ele aponta que, além do atendimento a demanda por conteúdo local e prazo de entrega menor, a operação permitirá uma assistência técnica mais adequada. “Quando acontece algum problema na operação, o fabricante de tracker atribui a culpa ao módulo e vice-versa. Com uma solução integrada, a resolução é mais simples.”

Embora o foco principal dos rastreadores sejam os grandes projetos de geração centralizada, García-Maltrás aponta que os equipamentos também podem ser aplicados em projetos de minigeração distribuída. “Atualmente, a maior parte da nossa produção é voltada para a geração centralizada, mas já atendemos usinas de solo de geração distribuída.”