Demanda por armazenamento de energia deve acelerar nos próximos 5 anos
A UCB Power enxerga um cenário atrativo para o setor e planeja movimentações estratégicas para ampliar a distribuição no país


A procura por sistema de armazenamento de energia residencial deve avançar entre cinco e sete anos no Brasil, conforme avaliação do vice-presidente de vendas e inovação da UCB Power, Marcelo Rodrigues. Essa movimentação se dá em razão da redução de 90% nos custos da bateria de lítio entre 2010 e 2023 e de uma maior conscientização da população.
O executivo pontuou que as baterias de lítio estão se tornando mais acessíveis devido à produção em larga escala, tanto nacional quanto global. Isso resultou em uma redução significativa nos custos por quilowatt-hora, tornando as soluções de armazenamento mais viáveis para os consumidores.
Diante disso, Rodrigues avaliou estar otimista com as perspectivas sobre o futuro do armazenamento de energia no Brasil e disse acreditar que sua posição como fornecedor local permite entender melhor as características e os desafios do mercado brasileiro, fazendo com que as oportunidades sejam mais bem aproveitadas no país.
Para ele, apesar de ainda existir uma dependência da Ásia para a importação de equipamentos, há um protagonismo local em relação a DNS, sistema de eletrônico da bateria, e a o AMS, as soluções de engenharia para armazenamento, e isso potencializa a indústria nacional.
“Acreditamos muito nessa vantagem competitiva nossa, que é ser uma empresa com conceito forte de indústria, caminhando para essa visão de solução”, destacou. Recentemente, a UCB Power firmou uma parceria com a Aldo Solar para ampliar a distribuição de soluções de armazenamento de energia solar no Brasil. O objetivo do acordo é alcançar a marca de 56 mil integradores da nova parceira por meio da comercialização das soluções de armazenamento de energia solar no Brasil.
Estratégia da UCB no mercado de armazenamento
O armazenamento de energia está se tornando cada vez mais um componente essencial para melhorar a estabilidade e a eficiência da rede elétrica e, para aproveitar esse cenário, Rodrigues destacou as estratégias da empresa.
"A grande aposta nossa é continuar a posição relevante que a gente tem nos sistemas isolados de Telecom e começar a acreditar fortemente na adoção de sistemas de maior capacidade, que são os BESS (Battery Energy Storage Systems). Esse é a nossa grande aposta neste momento e vem novidades bem significativas pela frente", ressaltou.
Já olhando para o cenário de mobilidade elétrica, Rodrigues acredita que as baterias terão um papel importante na transição energética, uma vez que serão capazes de permitir a coexistência de várias fontes de energia e geração.
Com isso, apesar de acreditar que a transição inicial será híbrida em razão de questões estruturais no país, o executivo aposta na mobilidade de duas rodas (motocicletas), acreditando que essa é uma área viável devido aos custos de manutenção e combustível.
Expansão da marca na França
No final do ano passado, a UCB expandiu suas operações para o mercado internacional, com o estabelecimento de uma operação comercial e futuramente industrial na França, na cidade de Marselha. A UCB está localizada em São Paulo e em duas plantas industriais, em Manaus (AM) e Extrema (MG), e possui ainda dois escritórios de apoio na Ásia.
Para Rodrigues, a expansão não se trata de uma transição da matriz energética, e sim de uma transição de modelo econômico, indo para uma economia de baixo carbono. “A agenda de armazenamento, independente de qual seja a política de estado, é potencial de negócio para um novo modelo econômico para baixo carbono, onde é preciso ter fontes renováveis”, comentou.
Além disso, o executivo acrescentou que para resolver a intermitência das fontes renováveis, a bateria tem um papel muito relevante.
“Entendemos que, para integrar os diversos sistemas, será preciso utilizar baterias, especialmente na Amazônia Legal, onde existem desafios significativos relacionados à energia. As baterias desempenham um papel crucial em levar energia renovável para regiões remotas. Essa é uma pauta que o UCB tem entendido”, pontuou.
“Por ser uma empresa nacional, estamos bem-posicionados para compreender esses desafios e buscar soluções para esse mercado. Estamos muito otimistas e acreditamos que esse processo é, acima de tudo, educativo. Precisamos levar o conhecimento sobre armazenamento de energia ao cidadão brasileiro e aos órgãos reguladores”, afirmou o executivo.
O especialista finalizou dizendo estar muito animado com as expectativas e que acredita que a comunicação dessa agenda é essencial para que todos entendam a importância e os benefícios do armazenamento de energia. “A agenda de energias renováveis tem crescido, e acreditamos que, para potencializar essa matriz, será necessário investir em armazenamento de energia”, avaliou.
Fábrica dedicada a soluções de BESS no Brasil
A UCB Power anunciou, no fim de abril, a expansão de suas atividades produtivas em Extrema (MG) visando a fabricação local de soluções de armazenamento de energia da linha UBESS (UCB Battery Energy Storage System). O investimento previsto até 2028 é de R$ 380 milhões e tem o apoio da Invest Minas, agência de promoção de investimentos do Governo de Minas Gerais, e do Governo do Estado de Minas Gerais por meio de incentivos fiscais e financiamento de linhas de crédito especial.
“O Governo de Minas tem como uma de suas metas prioritárias promover a transição energética do Estado. Já são vários os investimentos privados atraídos pela gestão Zema nesse sentido, em segmentos como energia limpa, tecnologias de baixo carbono e o próprio Vale do Lítio, que busca impulsionar toda uma cadeia produtiva, de ponta a ponta, da extração à fabricação de produtos de alto valor agregado”, afirmou a secretária de Estado Adjunta de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia, na ocasião.
A companhia afirmou que também planeja investir em um laboratório de engenharia de produtos com foco no pós-venda, visando atender as demandas pelos equipamentos BESS, que terá ainda o papel de consolidar parcerias com universidades e centros de ensino e pesquisas locais.

Vanessa Loiola
Jornalista formada pela PUC-SP com experiência em mídia digital. Já cobriu as editorias de economia, finanças, bolsa de valores, política e entretenimento.
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