Mesmo com alta no imposto, importação de painéis deve crescer no 1º semestre

Cenário de redução de estoques de equipamentos de energia solar e cotas livres de tarifas devem sustentar a demanda do mercado brasileiro, indica análise da InfoLink Consulting

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O volume de importação de painéis solares da China tende a crescer no Brasil no primeiro semestre de 2024, apesar do aumento de imposto, mostra análise da consultoria InfoLink Consulting. Redução de estoques e cotas livres de tarifas são os fatores que apontam para esse cenário.

A elevação de 6% para 10,8% do imposto de importação sobre placas solares entrou em vigor em 1º de janeiro, após decisão do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), anunciada em 12 de dezembro.

Para que o mercado de energia solar tenha tempo de se adaptar às novas regras, o Gecex estabeleceu cotas de importação a 0%, em valores decrescentes, até 2027. As cotas serão de: US$ 1,13 bilhão entre janeiro e junho de 2024; US$ 1,01 bilhão entre julho de 2024 e junho de 2025; US$ 717 milhões entre julho de 2025 e junho de 2026; e US$ 403 milhões entre julho de 2026 e junho de 2027.

A InfoLink Consulting estima que a cota estabelecida para o primeiro semestre desse ano equivale a 10,27 GW. Para efeito de comparação, o Brasil importou 9,1 GW em módulos fotovoltaicos da China nos primeiros seis meses de 2023, o que sugere a continuidade das importações em nível sustentado ao longo do período.

Demanda de grandes projetos

Conforme o relatório da consultoria, o Brasil importou 2,2 GW em painéis solares da China em novembro, um crescimento de 24% sobre o volume registrado em outubro. O montante corresponde a 73% do total de importações do continente americano no período.

O aumento pode ser atribuído a demanda de projetos de minigeração distribuída que necessitam cumprir prazos de conexão até janeiro para garantir regras de compensação mais vantajosas, conforme estabelecido pela Lei 14.300. Esse movimento levou a uma redução de estoques no país.

Leia mais: Mini GD deve impulsionar mercado brasileiro de energia solar no 2º semestre

Além disso, a forte queda nos preços dos módulos fotovoltaicos, que acumulou 40% no mercado brasileiro em 2023, estimulou a demanda de projetos de geração centralizada. A expectativa da consultoria é que o volume de importações apresente um novo crescimento em dezembro.

Exportações chinesas

A InfoLink Consulting estima que a China exportou 17,7 GW em painéis solares em novembro, crescimento de 7,6% sobre outubro e 65% sobre novembro de 2022. No acumulado do ano, os embarques somam 191,8 GW, um avanço de 33%. O volume já supera o total de exportações registrado pelo país em 2022 (154,8 GW).

O principal destino dos equipamentos foi a União Europeia, com 96,4 GW no acumulado de janeiro a novembro, volume 19,5% superior ao registrado no igual período de 2022.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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