União Europeia adiciona 65 GW de energia solar em 2024
Resultado representa recorde anual de capacidade acrescentada, mas indica desaceleração no crescimento de instalações no continente


A União Europeia instalou 65,5 GW de energia solar em 2024, superando por pouco o volume recorde de 62,8 GW registrado em 2023, mostra levantamento da SolarPower Europe, principal entidade do setor de energia solar do continente. Com isso, a potência operacional acumulada da fonte solar do bloco europei atingiu 338 GW, o quadruplo de uma década atrás.
Porém, o estudo revela que, após vários anos consecutivos de crescimento anual da capacidade instalada superior a 40%, o mercado solar europeu teve incremento de apenas 4% em 2024. Também foi o primeiro ano da década de 2020 em que o investimento em instalações solares apresentou queda: declínio de 13% para 55 bilhões de euros, atribuído a redução de preços de equipamentos e menores custos de projetos.
Em nível nacional, cinco dos dez maiores mercados europeus instalaram menos energia solar em 2024 do que em 2023: Espanha, Polônia, Holanda, Áustria e Hungria. Os demais cinco, Alemanha, Itália, França, Grécia e Portugal, obtiveram crescimento modesto, com a maioria adicionando cerca de 1 GW de capacidade a mais do que no ano passado.
Ainda conforme a SolarPower Europe, a demanda por energia solar residencial caiu em 2024, com o enfraquecimento da crise energética causada pelo conflito entre Ucrânia e Rússia. Ao longo do ano, as instalações caíram quase 5 GW na comparação com 2023, com 12,8 GW adicionados.
Desaceleração no crescimento
Apesar do volume recorde de instalações, a entidade alertou que o resultado de 2024 representa uma redução de 92% no crescimento anual de capacidade adicionada de energia solar na União Europeia.
A desaceleração ocorre mesmo com a queda de preços de equipamentos fotovoltaicos, como as placas solares. Usinas de geração centralizada registraram queda de 28% nos custos de desenvolvimento.
“Governos e operadores de sistemas europeus podem consideram o relatório desse ano um cartão amarelo. A desaceleração das instalações de energia solar representa um atraso para as metas de segurança energética do continente”, declarou a CEO da SolarPower Europe, Walburga Hemetsberger.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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