Metas climáticas são insuficientes para neutralizar emissões em 2050, diz IEA
Investimentos em tecnologias de energia limpa precisam triplicar na próxima década


A execução total dos compromissos climáticos apresentados por governos do mundo até o momento faria com que as emissões de CO2 fossem reduzidas em apenas 40% até 2050, resultando em aumento de 2.1 °C da temperatura global em 2100, aponta novo estudo da Agência Internacional da Energia (IEA, na sigla em inglês.)
“Os atuais compromissos com o clima resultariam em apenas 20% da redução necessária nas emissões até 2030 para encaminhar o mundo para a neutralidade de carbono em 2050”, declarou o diretor executivo da entidade, Fatih Birol.
O dirigente destacou que, para alcançar a meta, seria necessário triplicar investimentos em projetos e infraestrutura de energia limpa na próxima década. “Cerca de 70% desse gasto adicional precisa ocorrer nas economias em desenvolvimento, onde o financiamento é mais escasso e o capital é sete vezes mais caro que em economias avançadas.”
Birol acredita que os governos do mundo precisam se posicionar na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP26), que ocorre em novembro, emitindo sinais claros de que estão comprometidos em expandir a escala de tecnologias limpas e resilientes.
“Os benefícios econômicos e sociais da aceleração da transição energética são enormes, enquanto os custos da inanição são imensos”, apontou o dirigente.
O relatório indica que o investimento extra para atingir neutralidade de emissões em 2050 é menos penoso do que pode parecer. Mais de 40% das reduções necessários viriam de iniciativas que se pagariam por si só, como melhorias de eficiência, limitação da vazamentos de gás e a instalação de energia eólica e solar em locais onde estas são as tecnologias de geração mais competitivas.
A IEA ainda ressalta que atingir a neutralidade de emissões geraria grandes oportunidades econômicas, criando um mercado de mais de US$ 1 trilhão por ano em 2050, incluindo setores como solar, eólica, baterias, eletrolisadores e células de combustíveis.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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