IEA: investimento global em energia deverá totalizar US$ 1,9 trilhão em 2021
Estudo estima que aportes para fontes limpas deverá somar US$ 750 bilhões no mundo neste ano, com cerca de 70% do total para energia elétrica


O investimento global em energia deverá totalizar US$ 1,9 trilhões em 2021, mas os aportes em fontes renováveis precisarão triplicar até 2030 para atender as metas climáticas, aponta relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado na última quarta-feira (2/06). Conforme o levantamento, 2021 será o sexto ano consecutivo em que as fontes renováveis receberão mais recursos do que as tecnologias tradicionais de energia como óleo e gás.
Após apresentar estagnação em 2020, em meio aos impactos da pandemia de Covid-19, o investimento em geração de energia elétrica deverá crescer cerca de 5% em 2021, somando mais de US$ 820 bilhões, o maior montante já atingido. As renováveis responderam por 70% do total desses investimentos, beneficiadas por pacotes de estímulos econômicos, políticas de combate a mudanças climáticas e por mecanismos de incentivo ao mercado financeiro.
A agência destaca ainda que a cada dólar gasto em uma instalação fotovoltaica resulta em quatro vezes mais eletricidade do que há dez anos, graças aos avanços tecnológicos e redução de custos.
Os US$ 750 bilhões destinados a tecnologias de energia limpa e eficiência em 2021 são vistos como encorajadores, mas ainda abaixo do necessário. O relatório defende que os investimentos precisarão triplicar ao longo da década para viabilizar as metas de descarbonização da matriz energética até 2050.
“A retomada dos investimentos em energia é um sinal encorajador, principalmente por uma parcela maior sendo direcionada às renováveis. Porém, mais recursos precisam ser mobilizados para tecnologias de geração limpa para viabilizar a neutralidade de emissões até 2050”, afirmou o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol.
Apesar das renováveis concentrarem a maioria dos novos investimentos, e as permissões para usinas de carvão estejam 80% menores do que há cinco anos, o estudo aponta que esse tipo de geração térmica não está superada, com até mesmo um pequeno aumento em aprovações para novas plantas em 2020, impulsionado pela China e outras economias asiáticas.
Investimentos em óleo e gás devem crescer por volta de 10% em 2021, mas permanecem bem abaixo dos níveis anteriores à pandemia. De acordo com a IEA as empresas desse setor podem alocar até 4% do capital em investimentos de energia limpa, contra 1% no ano passado. A parcela pode superar os 10% para algumas das principais companhias europeias.
“Os governos precisam ir além de promessas de reduzir emissões e tomar ações concretas para acelerar investimentos em soluções de energia limpa já prontas para o mercado, além de promover a inovação em tecnologias incipientes”, disse Birol.
“Sinais políticos claros podem reduzir as incertezas associadas aos investimentos em renováveis e oferecer aos investidores uma visibilidade de longo prazo necessária para a tomada de decisões”, completou o dirigente.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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