EUA e Índia vão incentivar o desenvolvimento da indústria solar
Países demonstram preocupação com a alta concentração de manufatura do setor na China


Os EUA e Índia vão incentivar o desenvolvimento da indústria solar local. Gargalos logísticos e elevações nos custos de equipamentos e componentes são vistos como fatores de risco para a continuidade do avanço da geração renovável ao redor do mundo.
Conforme dados da fabricante REC Silicon, compilados pela organização Coalition for a Prosperous America, a China tem amplo domínio de participação global em segmentos essenciais da indústria, incluindo a produção de silício policristalino (64%), lingotes e wafers (99%), células (80%) e módulos fotovoltaicos (75%).
No final de junho, senadores do Partido Democrata dos EUA apresentaram uma proposta de desenvolvimento industrial para o setor solar (Solar Energy Manufacturing for America Act). A legislação forneceria créditos fiscais para fabricantes de toda a cadeia fotovoltaica, da produção de silício policristalino até linhas de montagem de módulos.
Na avaliação da Associação das Indústria de Energia Solar dos EUA (SEIA, na sigla em inglês), é essencial aumentar a produção dentro do país para preencher as falhas na cadeia de fornecimento e responder a tendência de aumento nos custos.
“Ao mesmo tempo que o mercado vivencia um grande crescimento, os custos crescentes do setor solar se posicionam como uma grande ameaça para esse momento. Felizmente, existem soluções para essa questão, como investimentos na manufatura doméstica”, disse a entidade.
A associação destaca que restrições na cadeia de fornecimento para componentes críticos como silício policristalino, aço, alumínio e chips semicondutores, estão elevando os preços de equipamentos. “É preciso adicionar capacidade produtiva aos EUA, criando empregos bem remunerados e avançando com as ambições de clima e descarbonização.”
Em relação a Índia, o ministro de Energia e de Recursos Novos e Renováveis, Raj Kumar Singh, declarou mais recentemente que não é saudável a China dominar a indústria solar e que bases de produção em outros lugares do mundo são necessárias para reduzir os riscos a cadeia de suprimentos.
O representante do governo indiano ainda afirmou que o país quer acelerar o crescimento de energia renovável por meio de uma combinação de incentivos a fabricantes locais, criação de empregos na geração limpa e tarifas sobre importações. “Queremos que a capacidade produtiva seja adicionada na Índia, não queremos exportar empregos para a China ou qualquer outro país”, dise Singh.
Ele indicou que a Índia introduzirá incentivos por meio de disponibilidade de terras e suporte financeiro, ao mesmo tempo que irá impor tarifas comerciais em produtos feitos fora do país.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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