Descarbonização da energia poupará US$ 12 trilhões até 2050, diz Universidade de Oxford

Pesquisa indica que custo da energia solar caiu mais rápido do que o previsto nos últimos 20 anos

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A transição global para um sistema de energia descarbonizado até 2050 permitirá ao mundo economizar US$ 12 trilhões em comparação com a continuação dos níveis atuais de uso de combustíveis fósseis. Esta é a principal conclusão de um estudo revisado por pesquisadores da Universidade de Oxford e publicado na revista científica Joule.

Leia mais: Descarbonização exigirá cerca de US$ 47 trilhões de países do hemisfério norte até 2050

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A pesquisa mostra que a rápida transição para a energia limpa resultaria em custos mais baixos dos sistemas energéticos, ao mesmo tempo em que forneceria mais energia para a economia global, expandindo o acesso para mais pessoas em mais partes do mundo.

Para chegar a esta conclusão, os estudiosos analisaram milhares de cenários de custos de transição produzidos pelos principais modelos do setor energético e utilizaram dados sobre 45 anos de custos de energia solar, 37 anos de custos de energia eólica e 25 anos para armazenamento de baterias.

Eles descobriram que o custo real da energia solar caiu duas vezes mais rápido do que as projeções mais ambiciosas desses modelos, revelando que, nos últimos 20 anos, os modelos anteriores sobrestimaram muito os custos futuros da energia limpa.

"Modelos anteriores que estimavam custos elevados para a transição dissuadiram as empresas a investir e deixaram os governos cautelosos para cortar a dependência de combustíveis fósseis”, diz o autor principal da pesquisa, Rupert Way, pós-doutorando da Universidade de Oxford. “Mas os custos da energia limpa caíram acentuadamente na última década, muito mais rapidamente do que esses modelos previam."

Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os custos da energia fóssil dispararam, causando inflação em todo o mundo. Este estudo, realizado antes da crise atual, leva em conta tais flutuações, utilizando dados de mais de um século de preços de combustíveis fósseis.

A atual crise energética ressalta as conclusões do estudo, demonstra os riscos de continuar a depender de combustíveis fósseis caros e inseguros e confirma que a resposta à crise está na aceleração da transição para energia limpa.

"O mundo está enfrentando uma crise de inflação simultânea, crise de segurança nacional e crise climática, todas causadas por nossa dependência de combustíveis fósseis de alto custo, inseguros, poluentes e com preços voláteis”, avalia Doyne Farmer, professor de Oxford e líder da equipe que conduziu o estudo.

“Há um equívoco generalizado de que mudar para energia limpa e verde será doloroso, caro e significará sacrifícios para todos nós", destaca o pesquisador.

Mais rápido, mais barato

O cenário de "Transição Rápida" do estudo mostra um futuro realista possível para um sistema de energia livre de fósseis por volta de 2050, fornecendo 55% mais serviços de energia globalmente do que hoje, aumentando a energia solar, eólica, baterias, veículos elétricos e combustíveis limpos como o hidrogênio verde.

Segundo Way, acelerar a transição para a energia renovável é agora a melhor aposta não apenas para o planeta, mas também para os custos de energia. “Nossas últimas pesquisas mostram que a expansão de tecnologias verdes continuará a reduzir seus custos, e quanto mais rápido formos, mais economizaremos”, diz o pesquisador.

“Este estudo mostra que políticas ambiciosas para acelerar drasticamente a transição para um futuro de energia limpa o mais rápido possível não só são urgentemente necessárias por razões climáticas, mas podem economizar trilhões de dólares mundiais em custos energéticos futuros, dando-nos um futuro mais limpo, mais barato e mais seguro em termos de energia", diz Farmer.

“Os custos renováveis vêm diminuindo há décadas. Eles já são mais baratos que os combustíveis fósseis em muitas situações, e nossa pesquisa mostra que eles se tornarão mais baratos que os combustíveis fósseis em quase todas as aplicações nos próximos anos", explica Farmer. “Se acelerarmos a transição, eles se tornarão mais baratos mais rapidamente.”

A pesquisa estima ainda que os custos das principais tecnologias de armazenamento, como baterias e eletrólise de hidrogênio, também deverão cair drasticamente. Enquanto isso, os custos da energia nuclear têm aumentado consistentemente nas últimas cinco décadas, tornando altamente improvável que ela seja competitiva no futuro.

O estudo é uma colaboração entre o Institute for New Economic Thinking da Oxford Martin School, o Oxford Martin Programme on the Post-Carbon Transition, a Smith School of Enterprise & Environment da Universidade de Oxford, além do SoDa Labs da Universidade de Monash.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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