Capacidade global de fabricação de painéis solares pode superar 1 TW

A capacidade instalada para a produção de painéis solares no mundo pode atingir 1,1 TW, caso todos os planos de expansão já anunciados por fabricantes forem concretizados, mostra relatório da Agência Internacional de Energia (IEA). Ao final de 2022, a capacidade global de manufatura atingiu 640 GW.

Conforme o estudo, o volume de fabricação de equipamentos de energia solar fotovoltaica, que apresentou uma taxa de crescimento anual composta de 25% durante o período de 2010 a 2021, não mostra sinais de desaceleração.

Em 2021, a produção global foi pouco maior do que 190 GW. No mesmo ano, cerca de 160 GW em energia solar foram instalados no mundo. Em 2022, a capacidade de manufatura avançou quase 40% para 640 GW, com 90% do crescimento ocorrendo na China. No mesmo ano, o volume de fabricação foi de cerca de 260 GW, indicando um nível de utilização da capacidade instalada de cerca de 40%.

De acordo com a pesquisa, os anúncios de expansão de capacidade feitos por fabricantes do setor até o final do primeiro trimestre de 2023, combinados com a atual capacidade instalada, totalizariam uma capacidade produtiva de quase 1,1 TW em painéis solares.

Conforme a IEA, esse nível de produção atenderia com folga a demanda necessária para atender as metas de descarbonização até 2030. Entre os principais anúncios feitos no primeiro trimestre, incluem-se novas instalações industriais dos três maiores fabricantes do mundo, Longi, Jinko Solar e Trina, assim como outros players grandes, pequenos e emergentes, em sua maioria localizados na China.

Concentração da indústria

O relatório destaca que três países concentraram quase 90% da capacidade instalada de módulos solares fotovoltaicos em 2022, com a China sozinha respondendo por 80%. Algumas fábricas chinesas sozinhas têm produção superior ao total de outros países.

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Os outros dois países com maior capacidade produtiva instalada são Vietnã e Índia, respondendo por 5% e 3% do total global, respectivamente. Se todos os projetos anunciados forem concretizados, a concentração nos três países seguiria em níveis similares, com a Índia e os Estados Unidos ultrapassando o Vietnã.

A IEA avalia que esse alto nível de concentração industrial do setor solar se deve ao fato da tecnologia já ser madura, com grandes instalações ocorrendo em quase todas as regiões do mundo. Normalmente, a concentração é mais estável nesse cenário, em comparação com indústrias nascentes.

A agência alerta que o cenário cria vulnerabilidades para a cadeia de fornecimento e que a concentração na fabricação de componentes utilizados nas placas solares é ainda maior. A China também é a maior produtora dos três principais subcomponentes (células, wafers e silício policristalino).