Geração distribuída pode superar 97 GW no Brasil até 2035
Projeção faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE)


A geração distribuída (GD) poderá atingir 97,8 GW de potência acumulada no Brasil até 2035, estima o Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035), elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Nesse cenário, mais de 12 milhões de consumidores seriam beneficiados pela tecnologia.
O estudo destacou que a micro e minigeração distribuída, modalidade que permite que consumidores produzam a própria eletricidade por meio de sistemas de energia solar, é a protagonista da expansão de capacidade instalada no país. Em 2024, pelo quarto ano seguido, ela superou o acréscimo das demais fontes.
Atualmente com quase 42 GW de capacidade instalada, o segmento também tem ganhado importância na contribuição energética, representando 5,6% da geração total de eletricidade no Brasil e cerca de 13% do consumo no Ambiente de Contratação Regulada (ACR).
Projeções
Foram simulados três cenários de expansão da capacidade para a próxima década, levando em conta os impactos da Lei 14.300, que estabeleceu o Marco Legal da Geração Distribuída. O estudo ressaltou que ainda existem incertezas relacionadas a tarifa frente à energia injetada na rede a partir de 2029.
Essa cobrança, prevista pela Lei 14.300, deve levar em conta os benefícios e custos da GD para o sistema elétrico. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá definir esse metodologia. O início do estudo está previsto na agenda regulatória da reguladora para o segundo semestre de 2025.
O cenário superior do PDE 2035 simulou uma compensação de créditos no modelo anterior a aprovação do Marco Legal (1 para 1), atingindo os 97,5 GW. O cenário de referência considera somente cobrança de 100% da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) a partir de 2029, o que implica em desconto de cerca de 50%, resultando em 78,1 GW.
Já o cenário inferior simula uma compensação somente da parcela da Tarifa de Energia (TE) a partir de 2029. Nesse modelo, a previsão é de 61,4 GW de capacidade instalada, beneficiando 7,5 milhões de consumidores.
| Cenário | Consumidores | Potência | Geração | Investimentos |
| Superior | 12,1 milhões | 97,8 GW | 15,2 GWméd | R$ 155,9 bi |
| Referência | 9,5 milhões | 78,1 GW | 12,1 GWméd | R$ 105,7 bi |
| Inferior | 7,5 milhões | 64,1 GW | 9,4 GWméd | R$ 62,8 bi |
Conforme o estudo, o segmento residencial deve ser o líder em capacidade instalada no cenário referência, com mais de 30 GW, superando as instalações comerciais, com pouco mais de 20 GW. A energia solar seguirá predominante na modalidade, respondendo por 98,9% da potência acumulada.
Plano Decenal de Energia
O PDE 2035 apresenta as perspectivas da expansão do setor de energia para os próximos 10 anos, considerando o período de 2026 a 2035, mantendo uma visão integrada para os diversos energéticos. Composto por diversos estudos, o documento visa subsidiar decisões de política energética, integrando-as às demais políticas adotadas no país, em especial as ligadas às mudanças climáticas e de transição energética.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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