Energia solar vale a pena em 2024? Confira valores e o retorno do investimento

Atual cenário no Brasil é de painéis solares mais baratos e perspectiva de alta das tarifas de energia elétrica

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A energia solar fotovoltaica beneficia mais de 3,5 milhões de consumidores no Brasil, com 2,4 milhões de instalações em empresas e residências que representam quase 28 GW de potência operacional. Essa solução torna possível produzir a própria eletricidade e economizar em até 90% na conta de luz.

A complexidade do setor elétrico e mudanças econômicas, políticas e regulatórias podem trazer dúvidas aos consumidores sobre a viabilidade do investimento nessa tecnologia. Porém, todos os fatores indicam que a energia solar seguirá uma ótima opção em 2024. O atual cenário é de painéis solares mais baratos, retorno de investimento mais rápido e perspectiva de alta das tarifas de energia.

Equipamentos mais baratos

Os preços de sistemas de energia solar residenciais e comerciais de pequeno porte registraram queda de 30% entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024. O principal fator para a redução foram os valores dos painéis solares. Ao longo do último ano, os valores das placas solares registraram forte queda no mercado internacional, atingindo os menores níveis da história, chegando em patamar próximo a US$ 0,10 por watt.

A capacidade produtiva dos equipamentos, concentrada na China, superou a demanda. Também em razão do excesso de oferta, a principal matéria-prima das células fotovoltaicas, o silício policristalino, registrou uma queda de 51% no último ano. A expectativa da Greener é que os preços permanecem em patamares semelhantes no 1º semestre de 2024.

Conforme o relatório da consultoria, o preço médio do sistema fotovoltaico residencial no Brasil, incluindo equipamentos e instalação, teve queda de 28% em janeiro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 12,6 mil. No mesmo intervalo, o preço médio do sistema comercial caiu 34%, atingindo R$ 122,5 mil. Já sistemas industriais tiveram queda de 27%, com preço médio de R$ 3,7 milhões.

Investimento com retorno mais rápido

Esse cenário de queda de preços resultou em melhora de 25% no tempo de retorno do investimento em instalações residenciais no país entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, passando de 4,4 para 3,3 anos. Conforme a Greener, também foi levado em conta mudanças de tempo de obra, início da operação e reajustes tarifários.

Para sistemas comerciais, houve redução de 26% no tempo de payback, passando de 3,4 para 2,5 anos, na mesma base de comparação. A análise indica que a queda do CAPEX foi o principal fator para essa variação.

As instalações industriais apresentaram melhora de 24% no retorno de investimento, também influenciada pela redução de CAPEX. O payback caiu de 5,1 para 3,9 anos no período.

Aumento do consumo

Nos últimos meses, fortes ondas de calor têm impactado todo o Brasil. Após 2023 ter sido o ano mais quente da história, existe a possibilidade da média de temperaturas ser ainda mais alta em 2024.

Esse panorama está relacionado ao El Niño, fenômeno climático caracterizado pela temperatura acima da média no Oceano Pacífico, levando a um clima global mais quente e mudanças nos regimes de chuvas. O impacto desse fenômeno é intensificado em razão do aquecimento global induzido pela emissão de gases poluentes na atmosfera.

Conforme estudo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), existe probabilidade de que as condições do El Niño continuem a se manifestar nos próximos meses e persistam até, pelo menos, abril de 2024.

Desde novembro de 2023, o Sistema Interligado Nacional (SIN) vem registrando sucessivos recordes na demanda instantânea de carga, em função das ondas de calor. O último foi identificado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em março.

Isso ocorre porque grande parte da população está recorrendo a aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. Obviamente, maior consumo resulta em uma conta de luz mais cara. Nesse sentido, a energia solar é um importante aliado para fazer uso desses equipamentos, garantindo o conforto térmico ao mesmo tempo em que se obtém economia de até 90% com as tarifas de eletricidade.

Tarifas de energia

Dados de fevereiro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE, mostram que a tarifa de energia elétrica residencial acumula aumento de 7,30% nos últimos dozes meses, alta que supera a inflação do país no mesmo período (4,50%). Isso ocorre mesmo em um cenário de bandeira verde desde abril de 2022.

A energia solar é uma ótima alternativa para se proteger dos aumentos na conta de luz. Em 2024, isso pode ser ainda mais necessário, em razão dos impactos do El Niño no regime de chuvas do país.

Apesar dos avanços da energia solar e eólica, o Brasil ainda é muito dependente da geração hidrelétrica. Em 2021, uma crise hídrica trouxe a necessidade do acionamento de usinas térmicas, que implicam em custos mais caros para a produção de eletricidade, custos estes que são repassados ao consumidor, por meio das bandeiras tarifárias.

No final do ano passado, uma seca na região da Amazonia levou a suspensão das atividades da usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. Em março, o ONS reforçou que a fase mais importante da estação chuvosa, que vai de dezembro a fevereiro, encerrou com precipitação abaixo da média histórica no sistema Sudeste/Centro-Oeste.

Os cenários prospectivos para o período de março a agosto apontam que o volume de água que chega aos reservatórios do SIN deve variar entre 57% e 84% da média de longo termo. Mesmo no melhor cenário, a afluência seria classificada como a 16ª menor do histórico de 94 anos.

Já no pior cenário, seria a menor verificada em toda a série. No cenário hidrológico menos otimista, os resultados do estudo indicam a partir de abril despacho térmico adicional ao montante de inflexibilidade. Ou seja: existe a possibilidade de acionamento de usinas térmicas ao longo do ano.

Imposto de importação?

Em 1º de janeiro de 2024, imposto de importação de painéis solares aumento de e 6% para 10,8% no Brasil. Para que o mercado tenha tempo de se adaptar às novas regras, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) estabeleceu também cotas de importação a 0%, em valores decrescentes até 2027.

As cotas serão de: US$ 1,13 bilhão entre janeiro e junho de 2024; US$ 1,01 bilhão entre julho de 2024 e junho de 2025; US$ 717 milhões entre julho de 2025 e junho de 2026; e US$ 403 milhões entre julho de 2026 e junho de 2027.

Conforme estimativa da consultoria InfoLink Consulting, a cota estabelecida para o primeiro semestre desse ano equivale a 10,27 GW. Para efeito de comparação, o Brasil importou 9,1 GW em módulos fotovoltaicos da China nos primeiros seis meses de 2023, o que sugere a continuidade das importações em nível sustentado ao longo do período.

Além disso, a forte tendência de redução nos preços dos equipamentos reduz em muito o impacto do aumento do imposto, mantendo uma perspectiva positiva do payback da energia solar no país.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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