Concessionárias de energia miram investimentos em geração distribuída

Concessionárias de energia estão expandindo a atuação para o mercado de geração distribuída (GD), com investimentos em projetos fotovoltaicos e prestação de serviços. Companhias buscam aproveitar robustez financeira e forte presença nas áreas de concessão para competir em um setor crescente e bastante pulverizado.

Nesse sentido, uma das movimentações mais recentes foi feita pela Equatorial Energia, com a aquisição da E-Nova Instalação e Manutenção, anunciada em junho.

Na teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada no último dia 12 de agosto, o diretor financeiro da Equatorial, Leonardo Lucas, explicou que a aquisição faz parte de uma estratégia de expansão de GD dentro da área de concessão da companhia.

O executivo explicou que a E-Nova já tinha atuação focada em instalações fotovoltaicas em telhados. “Agora, com o Grupo Equatorial, a capacidade de fazer projetos de grande porte já é uma realidade. Já desenvolvendo uma operação desse tipo no Maranhão e agora estamos fazendo outro no Pará.”

Na mesma transmissão, o diretor presidente da Equatorial, Augusto Miranda, explicou que, inicialmente, a ideia é aproveitar a presença da empresa nas áreas em que atua em distribuição de energia elétrica. “Nós imaginamos avançar nos estados onde já temos concessão e depois pensar em outras regiões”, disse Miranda. 

Uma distribuidora com atuação mais madura no mercado de GD é a Energisa. Desde 2019, a companhia opera por meio da Alsol. A empresa fechou 2020 com uma capacidade instalada própria de 27 MWp, por meio de 6 usinas fotovoltaicas construídas no estado de Minas Gerais, com investimento de R$ 89 milhões.  

Na teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada no último dia 13 de agosto, o CEO da Energisa, Ricardo Botelho, detalhou que estão sendo investidos mais R$ 173 milhões em GD, que englobam 15 novas usinas fotovoltaicas, totalizando mais de 46 MWp.

Perguntando sobre os impactos do marco legal da geração distribuída (PL 5829/19), aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados e aguardando votação no Senado, o executivo afirmou que a empresa terá tempo de se adaptar as novas regras e gerenciar as alternativas, caso a regulação se mostre de alguma maneira desfavorável no longo prazo.