Com políticas de apoio, Minas Gerais se mantém no topo do ranking da geração distribuída

País acaba de atingir 5 GW (gigawatts) em potência instalada de geração solar fotovoltaica entre as grandes usinas e as conexões distribuídas

COM POLÍTICAS DE APOIO, MINAS GERAIS SE MANTÉM NO TOPO DO RANKING DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
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O Brasil atingiu, em abril, a marca de 5 GW (gigawatts) em potência instalada de geração solar fotovoltaica, sendo 2,4 GW em sistemas de micro e minigeração distribuída instalados em residências, condomínios, indústrias, comércio e prédios públicos. Minas Gerais (456,5 MW), Rio Grande do Sul (348,2 MW) e São Paulo (297,2 MW) lideram o ranking dos estados com maior potência operacional. Os dados são do último levantamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Fatores como políticas públicas de fomento à energia solar, isenções fiscais e tarifas altas de energia são fatores que explicam o protagonismo desses três estados na instalação de sistemas de geração distribuída. Minas Gerais, que há um ano acumulava 137 MW nesse modelo de geração, deu um salto significativo, impulsionado por um conjunto de políticas públicas bem-sucedidas, que ajudaram a atrair investimentos em energia solar fotovoltaica.

Dois municípios do estado também ocupam posições de destaque no ranking dos municípios com maior potência instalada em GD: Uberlândia ocupa o segundo lugar, com 26 MW, e a capital, Belo Horizonte, a oitava posição, com 17,8 MW.

O estado já tinha uma legislação para incentivar as energias renováveis desde 2013, com isenção de ICMS para sistemas de até 1 MW. Em 2017, veio uma nova lei que ampliou a desoneração para as usinas de até 5 MW e também para qualquer equipamento que faça parte do sistema gerador fotovoltaico, como inversores, módulos e cabos e estruturas. 

Outro fator que influencia o avanço da GD é o preço da tarifa média residencial de energia em Minas Gerais, de R$ 0,625 o Kwh, 10% superior à média nacional, de R$ 0,560 o Kwh. “A geração distribuída cresce como uma forma de o consumidor reagir aos aumentos na conta de energia. Com os benefícios tributários, Minas Gerais se tornou um polo de atração de investimentos”, diz Bárbara Rubim, CEO da consultoria Bright Strategies. 

No Rio Grande do Sul e São Paulo, que ocupam o segundo e terceiro lugares no ranking da geração distribuída de energia solar fotovoltaica, fatores como a redução do custo dos sistemas, as tarifas de energia e as linhas de crédito disponíveis para a compra de equipamentos impulsionam a instalação de sistemas fotovoltaicos.

Geração centralizada

A geração centralizada de energia solar fotovoltaica, que alcançou 2,68 GW em abril, tem no Nordeste a maior perspectiva de expansão. Piauí, Ceará e Bahia são os estados com mais projetos em operação e construção, que juntos somam 2,7 GW. 

Mesmo com a suspensão dos leilões que seriam realizados no primeiro semestre deste ano em razão da pandemia da Covid-19, a consultoria e comercializadora Kroma Energia estima um aumento de 25% na geração em grandes usinas para 2020. A empresa está desenvolvendo o projeto da usina solar fotovoltaica São Pedro e Paulo I, em Pernambuco, um investimento de R$ 200 milhões que entrará em construção em novembro deste ano, com operação prevista para janeiro de 2022. A previsão é gerar até 80 MW pico. 

“A estratégia de gerar energia em grandes usinas visa tanto atender a demanda do mercado livre de energia quanto das pessoas físicas. É questão de poucos anos para que o consumidor possa escolher de onde comprar a energia que utiliza”, diz Rodrigo Mello, fundador da Kroma Energia. A empresa tem participação no complexo Apodi, no Ceará, que tem 500 mil módulos fotovoltaicos e capacidade para produzir 162 MW. 

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