Quanta energia gasta um aquecedor elétrico?

Estudo da Bulbe Energia analisou o custo-benefício dos principais modelos disponíveis no mercado brasileiro

PESSOA APROXIMANDO A MÃO DE UM AQUECEDOR ELÉTRICO PORTÁTIL LIGADO
iStock

A chegada do inverno e a queda da temperatura em diversas regiões do país gerou um maior interesse de consumidores brasileiros por aquecedores elétricos. Um estudo realizado pela plataforma de energia solar por assinatura Bulbe Energia analisou o custo-benefício das principais marcas disponíveis no mercado.

De acordo com um levantamento, as buscas online pelo produto cresceram 645% e já somam 630 mil pesquisas na internet nos últimos 6 meses. Foi analisada a oferta disponível das seis marcas mais procuradas nos mecanismos de busca digital pelos consumidores: Mondial, Britânia, Cadence, Ventisol, WAP e Philco.

Foram mapeados os modelos mais comprados nos sites oficiais de cada uma e, a partir disso, calculadas as médias de potência, preço, peso e consumo por hora dos quatro principais tipos de aquecedor: termoventilador, a óleo, cerâmico e halógeno.

O estudo buscou demonstrar como cada tipo de aquecedor funciona e qual se adapta melhor a diferentes rotinas. A Bulbe destacou que, mais do que potência ou preço, o que determina o custo-benefício do equipamento é sua adequação ao uso real no dia a dia.

Tipo de aquecedorPotência médiaPreço médioPeso médioConsumo por hora estimado
Termoventilador1500 WR$ 139,450,95 kg1,5 kWh
Cerâmico1125 WR$ 289,901,6 kg1,125 kWh
A óleo1050 WR$ 564,467,0 kg1,05 kWh
Halógeno800 WR$ 214,901,25 kg0,8 kWh

Entre os modelos populares, o termoventilador é o tipo mais leve e barato entre os de alta potência, ideal para quem busca aquecimento rápido em ambientes pequenos e médios com baixo investimento inicial. O maior consumo de energia, no entanto, pode pesar na conta de luz com uso frequente. Seu funcionamento com ventilador embutido gera ruído, o que pode incomodar à noite ou em ambientes silenciosos.

Já o aquecedor a óleo oferece exatamente o oposto: é silencioso, aquece de forma gradual e mantém o ambiente aquecido por mais tempo, mesmo após desligado. A tecnologia é simples: uma resistência interna aquece um óleo térmico, que circula pelas aletas metálicas e libera o calor de forma constante.

Por isso, é uma escolha comum em quartos e salas de estar, onde o conforto térmico prolongado é mais relevante do que a rapidez no aquecimento. O maior desafio aqui está no preço mais alto e no peso do equipamento, que limita a mobilidade.

No meio do caminho está o aquecedor cerâmico, que equilibra eficiência, segurança e consumo. Em vez de resistências metálicas expostas, ele conta com uma placa de cerâmica que acumula calor e o libera aos poucos, muitas vezes com o auxílio de um ventilador. 

É indicado para quem tem crianças ou pets, pois a carcaça externa não esquenta tanto quanto no modelo halógeno. Preço e consumo médios fazem dele uma boa opção de custo-benefício com foco em segurança.

O modelo halógeno aquece por irradiação direta, concentrando o calor em pessoas e objetos à sua frente. Com lâmpadas halógenas no lugar de resistências tradicionais, é ideal para uso individual e localizado, como ao lado da cama ou da mesa de trabalho. Tem baixo consumo de energia e custo acessível, mas sua luz intensa e o alcance limitado pedem cuidado no posicionamento e no tempo de uso.

Quanto custa se aquecer com bandeira vermelha?

Nos últimos seis meses, sete estados brasileiros se destacaram nas buscas por aquecedores elétricos: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. O ranking considera o volume das buscas proporcionalmente à população local.

Nesse contexto, para entender o impacto real desses aparelhos na conta de luz, é fundamental considerar não apenas a potência e o consumo de cada modelo, mas também a tarifa de energia praticada em cada estado.

A tabela a seguir apresenta uma estimativa do custo mensal para o uso diário de quatro horas dos principais tipos de aquecedores, com base nas tarifas locais vigentes, já acrescidas do adicional da bandeira vermelha patamar 1, mantida para todo o país no mês de julho.

EstadoTarifa + Bandeira TermoventiladorCerâmicoAquecedor a óleoHalógeno
RSR$ 0,701/kWhR$ 134,20R$ 100,65R$ 93,93R$ 71,57
PRR$ 0,629/kWhR$ 121,24R$ 90,93R$ 84,86R$ 64,66
SCR$ 0,618/kWhR$ 119,26R$ 89,45R$ 83,47R$ 63,60
SPR$ 0,671/kWhR$ 128,8R$ 96,6R$ 90,15R$ 68,69
MSR$ 0,87/kWhR$ 164,60R$ 123,47R$ 115,23R$ 87,8
MGR$ 0,796/kWhR$ 151,31R$ 113,48R$ 106R$ 80,69
ESR$ 0,682/kWhR$ 130,42R$ 98,09R$ 91,54R$ 69,75

O Mato Grosso do Sul apresenta os valores mais altos, chegando a quase R$ 165 mensais para o uso diário de quatro horas de um termoventilador, seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Entre os modelos analisados, o termoventilador é o que mais consome energia e o que gera maior custo na conta de luz, enquanto o halógeno se destaca como o mais econômico, graças à sua potência reduzida.

A aplicação da bandeira vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, impacta diretamente esses valores, com aumento médio entre 6% e 8% no custo mensal. Santa Catarina é o estado onde o uso de aquecedores é menos oneroso, mas também é onde a bandeira pesa mais proporcionalmente, elevando o custo final em cerca de 7%.

Já em Mato Grosso do Sul, embora os preços absolutos sejam os mais altos, o efeito da bandeira é o menor entre os estados analisados, com uma variação de aproximadamente 5%. “Quanto menor a tarifa base, maior é o peso proporcional da bandeira vermelha no valor final. Por isso, mesmo que a bandeira seja igual em todos os estados, ela pesa mais nos lugares onde a energia é mais barata”, explicou o diretor de operações da Bulbe Energia, André Mendonça.

“É fundamental que o consumidor entenda qual modelo de aquecedor mais se adequa ao seu perfil e às condições locais, considerando o consumo, o custo e a eficiência. Essa análise ajuda a evitar surpresas na conta de energia e a garantir conforto térmico sem pesar demais no orçamento”, acrescentou o executivo.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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